Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...
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Volume III (Fig.115 a Fig.117)<br />
Em 1881, D. Laura Augusta Barbosa <strong>de</strong> Albuquerque Seabra (n. 1858), neta do<br />
Barão <strong>de</strong> Mogofores 423 (Fig.119), filha <strong>de</strong> um advogado, que partilha com o tio<br />
paterno 424 e o irmão 425 o gosto pelas Belas <strong>Arte</strong>s, e expõe um estudo pelo gesso.<br />
Na mesma orientação copista seguem os estudos a nankin <strong>de</strong> D. Júlia <strong>da</strong> Costa<br />
Maia, adoptando os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> paisagem. Filha <strong>de</strong> Delfim <strong>de</strong> Oliveira Maia (m. 1887),<br />
Professor do Liceu do Porto “ (…) era um bom professor <strong>de</strong> rhetorica e um dos<br />
advogados mais consi<strong>de</strong>rados no Porto” 426 , “jurisconsulto dos melhores e carácter <strong>de</strong><br />
antes quebrar que torcer” 427 , “Tendo tomado parte activa no movimento <strong>da</strong> Janeirinha<br />
[1868], sendo muito <strong>de</strong>dicado ao Bispo <strong>de</strong> Vizeu, não quis nunca ser <strong>de</strong>putado, nem<br />
vereador, nem c<strong>ou</strong>sa alguma em que fizesse figura” 428 , membro do Partido Reformista<br />
<strong>de</strong> oposição ao governo <strong>da</strong> Regeneração. (Fig.120)<br />
Refira-se que o acompanhamento directo <strong>da</strong>s suas Discípulas se verifica até<br />
1881, ano <strong>da</strong> sua jubilação, tem então 68 anos. De um modo geral as suas alunas<br />
mantêm-se no domínio do Desenho, fazendo cópias <strong>de</strong> estampas <strong>ou</strong> estudos. Apenas D.<br />
Maria Amália <strong>de</strong> Lima Vieira efectua incursões na técnica <strong>da</strong> Aguarela.<br />
A influência do ensino particular <strong>de</strong> Tha<strong>de</strong>u Maria <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Furtado fez-se<br />
sentir além-mar. Uma <strong>da</strong>s suas alunas cri<strong>ou</strong> um núcleo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho e pintura <strong>de</strong>corativa<br />
em Minas Gerais. D. Maria do Céu <strong>de</strong> Vasconcellos <strong>de</strong> Azevedo e Mello começ<strong>ou</strong> por<br />
formar um curso complementar <strong>de</strong> uma educação pren<strong>da</strong><strong>da</strong> – Escola <strong>de</strong> <strong>Arte</strong> adi<strong>da</strong> ao<br />
Colégio Mineiro-Americano – que adquiriu foros <strong>de</strong> Escola <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s 429 .<br />
421 SARDICA, ob. cit., p. 332.<br />
422 A.H.M.P. – Livro <strong>de</strong> Plantas <strong>de</strong> Casas. Livro XIX, fls. 353-355. Imagem Digital D-CMP-07-019-355<br />
423 Título criado por D. Luís I, por <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 20.05.1869, e atribuído a Manuel Ferreira <strong>de</strong> Seabra <strong>da</strong><br />
Mota e Silva, Bacharel em Direito, pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra. Fez parte do Batalhão Académico. Foi<br />
Juíz-conselheiro do Supremo Tribunal <strong>de</strong> Justiça, Deputado <strong>da</strong> Nação, na legislatura <strong>de</strong> 1840-1841, do<br />
Conselho <strong>de</strong> S.M.F. e Comen<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cristo. Escreveu e public<strong>ou</strong> diversas obras, as <strong>de</strong> poesia<br />
sob o nome Arcádico <strong>de</strong> Elmano Colimbriense, traduziu romances para o editor Cruz C<strong>ou</strong>tinho, do Porto.<br />
Cas<strong>ou</strong> com sua prima, D. Ana Felicia <strong>de</strong> Seabra e S<strong>ou</strong>sa. – cf. ZUQUETE, ob. cit., Volume II, p. 751.<br />
424 A.F.B.A.U.P. – Processo <strong>de</strong> Aluno: Antero Fre<strong>de</strong>rico Ferreira <strong>de</strong> Seabra. Frequent<strong>ou</strong> <strong>de</strong> 1844 a 1851 e<br />
fez o curso completo <strong>de</strong> Desenho, mas seguiu a carreira militar.<br />
425 A.F.B.A.U.P. – Processo <strong>de</strong> Aluno: Artur Augusto <strong>de</strong> Albuquerque Seabra. Frequência irregular entre<br />
1878 e 1883, cursando também o curso <strong>de</strong> Engenharia Civil <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Politécnica do Porto.<br />
426 PIMENTEL, Alberto – O Porto há trinta anos, ob. cit., p. 88.<br />
427 LIMA, Dr. Augusto César Pires <strong>de</strong> – O Liceu Nacional Central do Porto. O Tripeiro. Porto. V Série,<br />
Ano II, n.º 8 (Dezembro <strong>de</strong> 1946), pp. 189-190.<br />
428 PIMENTEL, Alberto – O Porto há trinta anos, ob. cit., p. 88.<br />
429 Produziam trabalhos <strong>de</strong> pirogravura, foto-miniatura, lavores em metal, pintura em cetim, veludo e<br />
feltro, pintura a óleo e aguarela. – cf. R., A. – Uma Escola d´<strong>Arte</strong> no Brazil. <strong>Arte</strong>. Porto. 8.º Ano, n.º 94<br />
(Outubro <strong>de</strong> 1912), pp. 88-90.<br />
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