12.01.2013 Views

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Exceptuando a situação <strong>de</strong> D. Francisca, sua irmã e frequentemente aponta<strong>da</strong><br />

como sua discípula apesar do reconhecimento público <strong>da</strong>s suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s artísticas,<br />

po<strong>de</strong>mos salientar a aprendizagem <strong>da</strong>s irmãs Lima Vieira, cujas participações com<br />

início em 1866 se prolongam até 1884, sendo ambas já casa<strong>da</strong>s. D. Thereza Theolin<strong>da</strong><br />

(n. c. 1841) e D. Maria Amália, que a pesquisa permite integrar na média burguesia,<br />

apresentam um percurso similar na aplicação do Desenho a partir <strong>de</strong> cópias <strong>de</strong> gravuras<br />

e na técnica <strong>da</strong> agua<strong>da</strong> colori<strong>da</strong> 405 , verificando-se a progressiva orientação <strong>de</strong> D. Maria<br />

Amália para os estudos <strong>de</strong> Paisagem e para a prática <strong>de</strong> Aguarela 406 .<br />

A aguarela era nos anos 60 um género “ (…) tão p<strong>ou</strong>co cultivado entre nós” 407 ,<br />

e apesar <strong>de</strong> distintos cultores, que a colocavam a rivalizar com a pintura 408 , nos anos 80<br />

ain<strong>da</strong> não se impunha 409 apesar <strong>da</strong>s exposições que se iam realizando no Porto 410 .<br />

Não nos foi possível i<strong>de</strong>ntificar os mo<strong>de</strong>los utilizados para Paisagem, no entanto,<br />

a utilização nos anos 80 (14.ª Exposição Trienal) <strong>de</strong> gravuras <strong>de</strong> A. Calame (m. 1860),<br />

coloca a questão <strong>da</strong> longa utilização dos referentes visuais, já que, este pintor era<br />

conhecido no Porto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 50 411 . A participação <strong>de</strong> D. Thereza em 1869, com<br />

cópias a partir <strong>de</strong> Horace Vernet (1789 – 1863), <strong>de</strong> temas do Antigo Testamento, suscita<br />

breves e <strong>de</strong>ferentes apreciações 412 . Volume III (Fig.84 e Fig.85 a) b) c)). (ver 3.3.2)<br />

405<br />

Agua<strong>da</strong>, s.f. do lat. aquata, fr. aigua<strong>de</strong>, (pint.) água em que se <strong>de</strong>sfaz tinta, que <strong>de</strong> ordinário é aplica<strong>da</strong><br />

sobre o papel; agua<strong>da</strong> <strong>de</strong> tinta <strong>de</strong> Nanquim; agua<strong>da</strong> <strong>de</strong> carmim, etc. – cf. RODRIGUES, Francisco <strong>de</strong><br />

Assis – Diccionario Technico e Histórico <strong>de</strong> pintura, esculptura, architectura e gravura. Lisboa:<br />

Imprensa Nacional, 1876, p. 24.<br />

406<br />

Aguarella, s.f. do fr. aquarelle, it. acquarella; (pint.) pintar <strong>ou</strong> a uma só cor, <strong>ou</strong> com varias cores<br />

mistura<strong>da</strong>s com água e goma-arábica, <strong>ou</strong> seja sobre tela, <strong>ou</strong> principalmente sobre marfim, pergaminho e<br />

papel. – cf. RODRIGUES, Francisco <strong>de</strong> Assis – Diccionario Technico, ob. cit., p. 25.<br />

407<br />

RESENDE, Francisco José – Bellas <strong>Arte</strong>s II. O Commercio do Porto. Porto. XVI Ano, n.º 292<br />

(Quinta-feira, 16 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1.<br />

408<br />

D. Carlos torna pública a sua faceta <strong>de</strong> aguarelista em 1880, tendo tido como mestre Miguel Ângelo<br />

Lupi (m. 1883). Este havia trazido <strong>de</strong> Roma uma colecção <strong>de</strong> aguarelas, e as que realiza <strong>de</strong>pois “tinham o<br />

vigor e a belleza <strong>de</strong> tons <strong>da</strong> pintura a óleo”. (Sobre Henrique Casanova (m. 1913), cuja activi<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

corte se inicia nos anos 80, e a quem se atribui a primeira escola <strong>de</strong> aguarela, afigura-se-nos fora do nosso<br />

âmbito cronológico) – cf. ARAÚJO, Agostinho – Como se fez um rei – pintor, ob. cit., pp. 38-40.<br />

409<br />

“A srª D Francisca <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Furtado, distinta académica <strong>de</strong> mérito, exhibe algumas <strong>da</strong>s suas<br />

<strong>de</strong>liciosas aguarellas. È um género <strong>de</strong> pintura que se cultiva p<strong>ou</strong>co, <strong>ou</strong> quasi na<strong>da</strong> entre nós (…).– cf.<br />

RODRIGUES, Manuel M. – Exposição <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s no Porto. OCIDENTE, Revista Illustra<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

Portugal e do Estrangeiro. Lisboa. 7.º Ano, Volume VII, n.º 215 (11 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1884), p. 278.<br />

410<br />

“Aos amadores <strong>de</strong> Bellas <strong>Arte</strong>s – No hotel central à rua do Laranjal, nº 17, estão em exposição as<br />

aguarellas <strong>de</strong> Villamil. As pessoas que <strong>de</strong>sejem ver <strong>ou</strong> comprar po<strong>de</strong>m fasel-o <strong>da</strong>s 5 às 7 horas <strong>da</strong> tar<strong>de</strong><br />

nos dias 18, 19 e 20 do corrente. Para tractar com B. Puja<strong>da</strong>”. – cf. O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro. Porto. 6.º<br />

Ano, n.º 162 (Terça-feira, 21 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1874), p. 3.ª.<br />

411<br />

A. Roquemont (m. 1852) <strong>de</strong>ix<strong>ou</strong> em testamento 6 litografias <strong>de</strong> Calame, a Francisco José Resen<strong>de</strong>. Cf.<br />

– VITORINO, Pedro – O Pintor Augusto Roquemont. Porto: Edição Maranus, 1929, p. 9.<br />

412<br />

“Foi incansável a exc.mª snr.ª D. Thereza <strong>de</strong> Lima Vieira Fernan<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>senhando seis quadros a<br />

esfuminho, com muito mimo e paciência”. - – cf. RESENDE, Francisco José – Bellas <strong>Arte</strong>s I. O<br />

Commercio do Porto. XVI Ano, n.º 283 (Domingo, 5 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1.<br />

67

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!