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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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O pai <strong>da</strong>s irmãs Rocha Leão, João <strong>da</strong> Rocha Leão (m. 1893), consi<strong>de</strong>rado um<br />

fiel legitimista, também esteve presente na fun<strong>da</strong>ção do Club Portuense 385 e <strong>de</strong>stacava-<br />

se na cena musical do Porto: “Em p<strong>ou</strong>quíssimas salas particulares se fazia música por<br />

gosto, por paixão. Entre as famílias portuenses apenas alguma passava as noites<br />

interpretando os clássicos <strong>da</strong> arte. Os Rocha Leão eram citados como sendo,<br />

salientemente, uma família <strong>de</strong> virtuoses” 386 . E D. Laura uma “distinta pianista que teve<br />

por professor o Maestro Dubini” e “uma exímia cantora com voz <strong>de</strong> soprano ligeiro 387 .<br />

Ao dobrar a segun<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> as irmãs casaram, na classe possi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Vila<br />

Nova <strong>de</strong> Gaia e não voltariam a expor na Galeria <strong>de</strong> Exposições <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia.<br />

Vários anos <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong>s últimas discípulas, Guilherme Correia<br />

retornaria em 1874 e 1878, com D. Leonor Augusta Gonçalves Pinto (n. 1849). A<br />

exposição <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> pintura a óleo pelo natural, em retratos <strong>de</strong> figuras do seu círculo<br />

familiar e em naturezas mortas, <strong>de</strong>monstra uma aprendizagem amadureci<strong>da</strong>. Fora do<br />

âmbito <strong>da</strong>s Trienais <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia, D. Leonor (32 anos) participa na I Exposição Bazar<br />

do Centro Artístico Portuense 388 , <strong>de</strong> 1881, com um Quadro <strong>de</strong> Natureza morta 389 .<br />

Neste grupo <strong>de</strong> jovens que Guilherme apresenta na A.P.B.A, e que<br />

correspon<strong>de</strong>m socialmente ao escalão médio e alto <strong>da</strong> burguesia, po<strong>de</strong>mos apreciar a<br />

alteração dos costumes. Nos meados do século utiliza como método <strong>de</strong> ensino a cópia<br />

<strong>de</strong>senha<strong>da</strong>, em discípulas adolescentes (as quais praticam também litografia), no final<br />

do século as aprendizas, em i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta, mostram um maior <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

domínio <strong>da</strong> técnica e temática <strong>da</strong> Pintura o que lhes permite um precoce entrosamento<br />

na vi<strong>da</strong> artística <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O Mestre Guilherme António Correia faleceu, viúvo, a 10 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong>1890 390 .<br />

385<br />

BASTO, A. <strong>de</strong> Magalhães – O Club Portuense: breve monografia histórica. Porto: Club Portuense,<br />

2004, p 76<br />

386<br />

PIMENTEL, Alberto – O Porto há trinta anos, ob. cit., p. 8.<br />

387<br />

LIMA, Henrique <strong>de</strong> Campos Ferreira – Senhoras que em Portugal, ob. cit., p. 178.<br />

388<br />

Formado por António Soares dos Reis (1847-1889), Marques <strong>de</strong> Oliveira (1853-1927), Joaquim <strong>de</strong><br />

Vasconcelos (1849-1936), Marques Guimarães (1857-1---) esteve activo <strong>de</strong> 1880 até 1893, teve como<br />

móbil a formação <strong>de</strong> um ateliê <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo vivo, a divulgação artística, a publicação <strong>de</strong> uma Revista, a<br />

realização <strong>de</strong> digressões artísticas, a realização <strong>de</strong> uma Exposição Bazar anual, a criação <strong>de</strong> um gabinete<br />

<strong>de</strong> leitura e a correspondência com <strong>ou</strong>tros centros <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s.<br />

389<br />

D. Leonor Augusta Gonçalves Pinto, Discípula <strong>de</strong> Guilherme António Correia, Rua dos Fogueteiros,<br />

3, Porto, expõe com o n.º 4 – Um Quadro <strong>de</strong> Natureza morta (Alt. 1,05 x Larg. 0,86). – cf. APPENDICE<br />

ao CATALOGO <strong>da</strong> primeira Exposição-Bazar <strong>de</strong> Bellas <strong>Arte</strong>s promovi<strong>da</strong> pelo Centro Artístico Portuense<br />

no Palácio <strong>de</strong> Crystal do Porto. Porto: Empreza Ferreira <strong>de</strong> Brito, 1881, p. 23.<br />

390<br />

A.D.P. – Paróquia <strong>de</strong> Cedofeita. Óbitos. Livro 146. Ano 1890, fl. 76, n.º 302.<br />

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