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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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Allen 336 , forma a sua própria Galeria 337 , 338 , 339 e tem para com o Professor Domingos<br />

Pereira <strong>de</strong> Carvalho uma atitu<strong>de</strong> benemérita: “José d ´Amorim Braga, digno e rico<br />

negociante <strong>de</strong>sta praça, sabedor <strong>de</strong> que o nosso patrício e indigne pintor o Sr. Romano,<br />

lente substituto <strong>de</strong> pintura no Atheneo, se achava consi<strong>de</strong>rado como enfermo pobre no<br />

hospital <strong>da</strong> misericórdia a tractar-se d´uma affecção cerebral, ahi foi o Sr. Amorim<br />

Braga <strong>da</strong>r or<strong>de</strong>m para elle ser tractado como particular à sua custa”; “o Sr. Amorim<br />

Braga está na resolução <strong>de</strong> levar para sua casa o Sr. Romano, evitando assim que um<br />

artista <strong>de</strong> tanto mérito pereça à mingoa e no esquecimento em algum palheiro, como<br />

tem succedido a tantos homens illustres?” 340 .<br />

Sendo esta uma questão importante para a História <strong>da</strong> <strong>Arte</strong> enten<strong>de</strong>mos não<br />

ignorar este fragmento <strong>de</strong> real, centrado nas estruturas <strong>de</strong> apoio social aos artistas.<br />

Retratámos uma figura <strong>da</strong> alta burguesia comercial portuense que alinha no<br />

espírito progressista, com preocupações estéticas na sua representação urbana, no Largo<br />

do Viriato 341 (Fig.109) cujo falecimento, em 1881, suspen<strong>de</strong> a participação <strong>de</strong> suas<br />

filhas nas Trienais <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense. O acompanhamento artístico <strong>de</strong> João<br />

António Correia às irmãs Amorim Braga afigura-se-nos representativa <strong>de</strong> uma relação<br />

<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> entre Amorim Braga e João Correia e concor<strong>da</strong> com a ocupação pelas Belas<br />

<strong>Arte</strong>s após a i<strong>da</strong><strong>de</strong> juvenil, como companhia na velhice, na doença <strong>ou</strong> nos revezes 342 .<br />

336<br />

Lista dos assinantes <strong>da</strong> representação à Câmara Municipal do Porto para a compra do Museu Allen. –<br />

cf. SANTOS, Paula M. M. Leite – Um coleccionador do Porto romântico. João Allen (1781 – 1848).<br />

Porto: [Edição <strong>de</strong> Autor, com apoio <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção para a Ciência e a Tecnologia e Instituto Português <strong>de</strong><br />

Museus; publicação a partir <strong>da</strong> Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Museologia e Património, sob orientação <strong>de</strong><br />

Henrique C<strong>ou</strong>tinho G<strong>ou</strong>veia e Agostinho Araujo, apresenta<strong>da</strong> à Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Sociais e Humanas<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa, em 1997], 2005, pp. 212- 213 (Transcrição <strong>de</strong> A.H.M.P. – Livro <strong>de</strong><br />

Próprias, n.º 73, ano <strong>de</strong> 1849, fls. 238-245v)<br />

337<br />

“Uma galeria importante pertenceu a José <strong>de</strong> Amorim Braga, do largo do Viriato, a qual foi<br />

dispersa<strong>da</strong> pelos her<strong>de</strong>iros em 1908”. – cf. BASTOS, Carlos – Nova Monografia do Porto. Porto:<br />

Companhia Portuguesa Editora, 1938, p. 172.<br />

338<br />

Em 1854, na 5.ª Exposição Trienal, D. Isabel Maria Xavier Leite usa como mo<strong>de</strong>lo uma obra <strong>da</strong> sua<br />

Galeria. – cf. Catálogo <strong>da</strong>s obras appresenta<strong>da</strong>s na Exposição Triennal <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>da</strong>s<br />

Bellas <strong>Arte</strong>s, no anno <strong>de</strong> 1854. Porto: Typographia <strong>de</strong> Gandra & Filhos, 1854, p. 23.<br />

339<br />

“Não figuram na extensa lista acima reproduzi<strong>da</strong> <strong>ou</strong>tros coleccionadores portuenses, alguns<br />

contemporâneos <strong>da</strong> Exposição <strong>de</strong> 1882, <strong>ou</strong>tros mais mo<strong>de</strong>rnos, <strong>ou</strong>tros mesmo <strong>de</strong> ontem mas já falecidos,<br />

e que <strong>de</strong>vem ser recor<strong>da</strong>dos pelo valor e pelo gosto <strong>da</strong>s colecções que possuíam. Lembrarei um p<strong>ou</strong>co ao<br />

acaso: Augusto Luso, (…) Amorim Braga (…) “. – cf. BASTO, Magalhães – Ensaio sobre o Culto <strong>da</strong><br />

<strong>Arte</strong> entre os portuenses. Boletim Cultural <strong>da</strong> Câmara Municipal do Porto. Porto: Câmara Municipal.<br />

Fasc. II, Vol. II, XIII (Junho <strong>de</strong> 1939), pp. 161-162.<br />

340<br />

Periódico dos Pobres no Porto. Porto. III Série. XII Ano, n.º 244 (Quarta-feira, 15 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

1845), p. 978.<br />

341<br />

“José <strong>de</strong> Amorim Braga projecta fazer e edificar uma sua casa ao largo do Viriato, a obra conforme<br />

assigna a Planta junta, os arcos e óculos <strong>de</strong>signados no plano térreo sam meramente para embelezar a<br />

perspectiva, e para isso serão feitos <strong>de</strong> cimento fingidos em relevo, para aquele fim. O resto <strong>da</strong> planta é<br />

todo novo e não terá beiral para a Rua”. – cf. A.H.M.P. – Livros <strong>de</strong> Plantas <strong>de</strong> Casas. Livro XVII, fls.<br />

90-92.<br />

342<br />

ALMEIDA-GARRETT, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> – Da Educação, ob. cit., p. 217.<br />

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