Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...
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O mérito artístico <strong>de</strong> João Correia toc<strong>ou</strong> as figuras portuenses sensíveis ao<br />
mecenato e por meio <strong>de</strong> uma subscrição encabeça<strong>da</strong> pelo Padre Vilaça (m. 1860) 316 , 317<br />
prosseguiu a formação em Paris a partir 1848 (on<strong>de</strong> permaneceu por sete anos) 318 . Aí,<br />
por intervenção <strong>de</strong> M<strong>ou</strong>sinho <strong>da</strong> Silveira, filho, estu<strong>da</strong> com Chasseriau e posteriormente<br />
com Yvon, ingressa na École Imperial <strong>de</strong>s Beaux Arts sob direcção <strong>de</strong> Ingres, Horace<br />
Vernet e Paul Delaroche, David d´Angers, Nanteuil, Ramey, etc. 319 .<br />
A partir <strong>de</strong> 1857 a sua vi<strong>da</strong> profissional <strong>de</strong>fine-se. Substitui o Professor Joaquim<br />
Rodrigues Braga (m. 1853) no lugar <strong>de</strong> Professor Proprietário <strong>de</strong> Pintura Histórica <strong>da</strong><br />
Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>da</strong>s Belas <strong>Arte</strong>s 320 . Complementa a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> académica,<br />
económica e artisticamente, como Retratista 321 e como Professor <strong>de</strong> Desenho 322 .<br />
Encontrámo-lo ain<strong>da</strong> como autor do plano do Arco <strong>da</strong> Rua do Alma<strong>da</strong> realizado por<br />
ocasião <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> régia <strong>de</strong> D. Luís e <strong>de</strong> D. Maria Pia no Porto, em 1863 323 .<br />
A sua faceta <strong>de</strong> Professor particular torna-se visível nas Exposições Trienais <strong>de</strong><br />
1857 a 1881. O perfil social <strong>da</strong>s suas alunas coloca-o como o Mestre <strong>da</strong> alta burguesia<br />
do Porto, <strong>de</strong>stacando-se, pela participação recorrente, as irmãs Amorim Braga.<br />
D. Armin<strong>da</strong> (n. 1841), <strong>de</strong> 1857 a 1878, e D. Sophia, <strong>de</strong> 1866 a 1878 324 , ambas<br />
solteiras e filhas <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Amorim Braga (1810 – 1881) 325 apresentam trabalhos em<br />
Desenho. Reproduzem cópias realiza<strong>da</strong>s pelo Mestre, gravuras <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong> Pintura, <strong>ou</strong><br />
estampas <strong>de</strong> Julien, evoluindo do contorno <strong>de</strong> figuras singulares para a cópia <strong>de</strong><br />
316 Fazia parte <strong>da</strong> Mesa Administrativa <strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> do Terço e Cari<strong>da</strong><strong>de</strong> (Junho 1827). – cf. SOUSA<br />
REIS, Henrique Duarte e – Apontamentos para a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira história antiga e mo<strong>de</strong>rna <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
Porto. Porto: Biblioteca Pública Municipal do Porto, 1999, II Série, n.º 6, IV Volume, p. 228.<br />
317 Irmão e Benfeitor representado na Galeria <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia do Porto. – cf. A.S.C.M.P. –<br />
Livro do Tombo dos Irmãos <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia do Porto (1799 – 1856), fl. 311v; Entra<strong>da</strong> n.º<br />
298: Manuel (Pe.) <strong>de</strong> Cerqueira Vilaça Bacellar. Falleceu em 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1860. – cf. A.S.C.M.P. –<br />
Suplemento ao Catálogo provisório dos quadros existentes na galeria <strong>de</strong> benfeitores <strong>da</strong> Misericórdia do<br />
Porto. Porto: Instituto <strong>de</strong> Surdos-mudos Araújo Porto, 1907, p. 5; – cf. A.S.C.M.P. – Galeria dos<br />
Benfeitores <strong>da</strong> Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia do Porto. (Suplemento ao Catálogo). Porto: Officina<br />
Typographica a vapor). Instituto <strong>de</strong> Surdos-mudos “Araújo Porto”, 1907, p. 5, n.º <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 208.<br />
318 BASTOS, Carlos Organização <strong>de</strong> – Nova monografia do Porto. Porto: Companhia Portuguesa Editora,<br />
1938, p. 179.<br />
319 CARNEIRO, ob. cit., p. 101.<br />
320 A.F.B.A.U.P. – Livro <strong>de</strong> Actas <strong>da</strong>s Conferências Gerais <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia (Out. 1842 – Out. 1896). Acta<br />
<strong>da</strong> Conferência Geral <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1857, p. 21.<br />
321 Almanak-Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto e Villa Nova <strong>de</strong> Gaya para o anno <strong>de</strong> 1857. Porto: Typographia<br />
<strong>de</strong> Francisco Gomes <strong>da</strong> Fonseca, 1857, p. 51.<br />
322 Almanach, 1882, p. 475.<br />
323 O Nacional. Porto, Ano XVII, n.º 255 (Quarta-feira, 18 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1863), 3.ª p.<br />
324 Nas Exposições <strong>de</strong> 1866 e 1869 participa também o irmão Roberto <strong>de</strong> Amorim Braga.<br />
325 A notícia do seu falecimento, a 05 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1881, foi assina<strong>da</strong> pela “Sua esposa, filhos e<br />
cunhado”; “Carolina Maia Amorim Braga, Armin<strong>da</strong> M. Amorim Braga, Sophia M. Amorim Braga,<br />
Roberto Amorim Braga, Henrique <strong>da</strong> Silva Maia”, pelo que as irmãs Amorim Braga seriam ambas<br />
solteiras. – cf. O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro. Porto. 13.º Ano, n.º 212 (Terça-feira, 6 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1881), p.<br />
3.ª.<br />
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