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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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nunca pela esperança <strong>de</strong> ver retribuídos sequer regularmente os productos <strong>de</strong><br />

sua aptidão 237 .<br />

A preocupação em “Tornar públicos os nomes dos expositores que o merecem e<br />

<strong>da</strong>quelles que se esforçam por colher l<strong>ou</strong>ros, não é só uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, é um <strong>de</strong>ver” 238<br />

revela uma toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> consciência <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> imprensa perante os artistas<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e na formação <strong>de</strong> uma opinião pública esclareci<strong>da</strong>. “Nos paizes que alistam na<br />

vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong> civilização tem sido as exposições <strong>de</strong> bellas artes objecto <strong>de</strong> largos<br />

commentos, proficientes analyses e <strong>de</strong>ti<strong>da</strong>s observações jornalísticas. (…) De<br />

similhante maneira mais se <strong>de</strong>sperta o sentimento do bello, mais se arreiga o amor <strong>da</strong><br />

arte e mais accecivel aos leigos se torna a apreciação <strong>de</strong> qualquer obra. Todos<br />

conhecem quanto o <strong>de</strong>senho, a pintura e a estatuária são artes <strong>de</strong> captivar os olhos.<br />

(…) Admiramos com os olhos do rosto, mas não observamos com os olhos do espírito.<br />

Agra<strong>da</strong>-nos a obra porque é gran<strong>de</strong> e formosa, mas não sabemos como nem porque.<br />

Apreciar bem as subtilesas dos contornos <strong>ou</strong> a composição <strong>da</strong>s tintas, a distribuição<br />

<strong>da</strong>s sombras <strong>ou</strong> os segredos do pincel, não nos acontece a maior parte <strong>da</strong>s vezes e<br />

raramente nos acontece. Por isso sempre a analyse publica sempre foi incentivo e<br />

proveito. Não sejam as bellas artes somente elemento <strong>de</strong> frívola ostentação: sejam<br />

também móbil <strong>de</strong> instrucção e objecto <strong>de</strong> estudo. O artista ficara satisfeito ao ler na<br />

imprensa a critica dos seus trabalhos e o publico há <strong>de</strong> ver melhor atravez <strong>de</strong>sse jacto<br />

<strong>de</strong> luz projectado pela penna do escriptor. Já entre nós se vão comprehen<strong>de</strong>ndo taes<br />

vantagens” 239 .<br />

Deste modo a imprensa foi apurando um discurso crítico que, colado às<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, aos factos e às opiniões acabaria por a<strong>de</strong>rir, em “obediência aos<br />

mo<strong>de</strong>rnos processos <strong>da</strong> critica <strong>da</strong> arte, que acab<strong>ou</strong> com as extensas <strong>de</strong>clamações<br />

rethoricas e com as estirados <strong>de</strong>vaneios litterarios acerca <strong>da</strong>s obras que conceitua” 240 ,<br />

a uma apresentação mais positiva <strong>da</strong>s obras. Através <strong>de</strong> Francisco José Resen<strong>de</strong> <strong>ou</strong> <strong>de</strong><br />

Manuel Maria Rodrigues (um dos mentores do Centro Artístico Portuense), o discurso<br />

jornalístico foi instaurando a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s Belas <strong>Arte</strong>s, com a sua linguagem própria, a<br />

partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro.<br />

237 O Commercio do Porto. Porto. XXXI Ano, n.º 270 (Sexta-feira, 31 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1884), pp. 1.ª e 2.ª.<br />

238 RESENDE, Francisco José – Bellas <strong>Arte</strong>s I. O Commercio do Porto. Porto. XVI Ano, n.º 283<br />

(Domingo, 5 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1.<br />

239 MACEDO, D. <strong>de</strong> – Folhetim <strong>de</strong> Bellas <strong>Arte</strong>s I. O Nacional. Porto. Ano XXIII, n.º 279 (Domingo, 12<br />

<strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1ª.<br />

240 O Commercio do Porto. Porto. XXVIII Ano, n.º 263 (Terça-feira, 1 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1881), p. 1.<br />

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