12.01.2013 Views

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

compreen<strong>de</strong>r <strong>ou</strong> <strong>de</strong> iludir o espírito do n.º 69 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong><br />

1836 é na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> bem reprehensivel” 226 .<br />

“Que mania será esta <strong>de</strong> fazer um amalgame <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as obras na exposição?<br />

Pintura gran<strong>de</strong>s e pequenas, miniaturas, <strong>de</strong>senhos a esfominho e a agua<strong>da</strong>,<br />

quadros <strong>de</strong> arquitectura <strong>ou</strong> em baixos relevos, tudo junto e fazendo uma<br />

monstruosa olla podri<strong>da</strong>. Ajuíza como entre nós se compreen<strong>de</strong>m estes misteres,<br />

e quão longe se está <strong>de</strong> saber o que é um Museu, uma Aca<strong>de</strong>mia, uma exposição<br />

e a influencia que teem na civilização e no futuro <strong>de</strong> uma nação” 227 .<br />

A mesma amálgama se continuaria a fazer sentir no espaço <strong>da</strong>s Belas <strong>Arte</strong>s <strong>da</strong><br />

Exposição Industrial do Porto, <strong>de</strong> 1861 228 , reflectindo a sobreposição entre os conceitos<br />

<strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s e <strong>de</strong> <strong>Arte</strong>s Fabris que as instituições sustentavam.<br />

Se nas Exposições <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, a presença dos Bor<strong>da</strong>dos predomina (ver<br />

2.3.3), a partir <strong>de</strong> 1860 o número <strong>de</strong> participações na categoria <strong>de</strong> Desenho suplanta-a, e<br />

na Exposição <strong>de</strong> 1866 a presença feminina alcança o máximo <strong>de</strong> 18% à custa,<br />

sobretudo, do Desenho: “Com gran<strong>de</strong> prazer vimos estas obras porque revelam no bello<br />

sexo um gosto <strong>de</strong>cidido por estas bellas artes, e dizemos <strong>de</strong>cidido, porque a maioria<br />

<strong>da</strong>s obras expostas são difíceis, e bem executa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>notando por conseguinte um<br />

estudo aturado e serio” 229 .<br />

A Pintura assumiria maior visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> no último quartel do século.<br />

Inicialmente apresentam-se <strong>de</strong> forma singular, as primeiras Discípulas surgem<br />

em 1857 associa<strong>da</strong>s ao Professor <strong>de</strong> Pintura Histórica <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense, João<br />

António Correia e a seu irmão, Guilherme António Correia.<br />

No sentido <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>rmos a dimensão valorativa do trabalho feminino, a<br />

quem se reconhece “ vocação natural para esta arte” 230 , comparámos as observações<br />

produzi<strong>da</strong>s acerca dos trabalhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho a esfuminho <strong>da</strong>s senhoras e <strong>de</strong> António<br />

Carvalho <strong>da</strong> Silva Porto, aluno <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia:<br />

226<br />

ASCÂNIO – Folhetim Exposição <strong>da</strong>s Bellas <strong>Arte</strong>s (5.º). O Nacional. Porto. N.º 235 (Terça-feira, 21 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1851), pp. 1-3.<br />

227<br />

ASCÂNIO – Folhetim Exposição <strong>da</strong>s Bellas <strong>Arte</strong>s (3.º). O Nacional. Porto. N.º 233 (Sábado, 18 <strong>de</strong><br />

Outubro <strong>de</strong> 1851), p. 1-3.<br />

228<br />

Nas duas salas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s às Belas <strong>Arte</strong>s “ (…) Alguns, mas p<strong>ou</strong>cos quadros a óleo, dos que merecem<br />

o nome <strong>de</strong> pintura artistica, fluctuam, perdidos sem esperança <strong>de</strong> salvação, n´um immenso mar <strong>de</strong><br />

ninharias e <strong>de</strong> horrores”. – cf. PIMENTEL, J. – Um passeio pela Exposição Industrial do Porto. Revista<br />

Contemporânea <strong>de</strong> Portugal e Brazil. Lisboa, 1861, p. 256.<br />

229<br />

O Commercio do Porto. Porto. XIII Ano, n.º 299 (Domingo, 23 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1866), p. 2.<br />

230<br />

RESENDE, Francisco José – Bellas <strong>Arte</strong>s II. O Commercio do Porto. Porto. XVI Ano, n.º 292<br />

(Quinta-feira, 16 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1.<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!