12.01.2013 Views

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2.3 – A Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s e as Exposições Trienais<br />

Des<strong>de</strong> os anos 40 que a transferência <strong>da</strong>s aulas <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense para um<br />

único edifício foi sendo objecto <strong>de</strong> acerto. A solução <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> colocar “<strong>de</strong> forma<br />

interina to<strong>da</strong>s as aulas” na Galeria do Ateneu atentava, segundo a Aca<strong>de</strong>mia, contra o<br />

legado <strong>de</strong> D. Pedro 202 . A criação do Museu <strong>de</strong> Painéis e Estampas (e <strong>da</strong> Biblioteca<br />

Pública) ocorreu em 1833 durante a permanência <strong>de</strong> D. Pedro no Porto, na guerra do<br />

Cerco, em colaboração com João Baptista Ribeiro (1790 – 1868) 203 . Este foi o<br />

responsável pela reunião do espólio, a partir dos bens <strong>da</strong> igreja e <strong>da</strong>s casas sequestra<strong>da</strong>s,<br />

e em 1834 já o Museu era visitado pelo Libertador 204 . O seu regulamento previa a<br />

instalação <strong>de</strong> uma Escola <strong>de</strong> Pintura, mas essa i<strong>de</strong>ia foi suplanta<strong>da</strong> pela criação <strong>da</strong><br />

Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s em 1836 205 .<br />

O Museu Portuense, <strong>ou</strong> Ateneu <strong>de</strong> D. Pedro, veio ocupar o refeitório do antigo<br />

convento <strong>de</strong> Santo António, no piso térreo, “Espaço acanhado e péssima luz” impróprio<br />

para recolher pinturas 206 , mas que “por vezes serviu <strong>de</strong> oficina para trabalhos<br />

particulares <strong>da</strong>lguns professores <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s, sendo por esse<br />

motivo encerrado ao público” 207 . (Fig.9)<br />

Mas foi neste espaço que teve início a realização <strong>da</strong>s Exposições, previstas nos<br />

Estatutos para ca<strong>da</strong> triénio, a partir <strong>de</strong> 1842, no período em que a alta burguesia<br />

portuense alinh<strong>ou</strong> no apoio à sua facção cartista mais conservadora, a dos cabralistas.<br />

202 Carta <strong>de</strong> Joaquim Rodrigues Braga, director interino <strong>da</strong> A.P.B.A. para a Câmara Municipal do Porto<br />

em 05 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1848. – cf. A.H.M.P. – Livro <strong>de</strong> Próprias. N.º 71, fl. 1.<br />

203 Protegido do Morgado <strong>de</strong> Mateus, veio para o Porto aos 12 anos tendo frequentado a Aula <strong>de</strong> Debuxo<br />

e Desenho, em 1802, e a partir <strong>de</strong> 1803 a Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Marinha e Comércio do Porto. Em 1822 segue<br />

para a corte on<strong>de</strong> foi nomeado Mestre <strong>de</strong> Desenho e pintura <strong>de</strong> miniatura <strong>da</strong>s Senhoras Infantas. Quando<br />

as tropas liberais entraram no Porto, foi o único lente <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia a não sair <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo que a sua<br />

aproximação a D. Pedro permitiu uma estreita colaboração na criação <strong>de</strong>stas instituições. Dessa<br />

comunhão <strong>de</strong> interesses adveio também a entrega <strong>de</strong> uma imprensa litográfica, novi<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica <strong>da</strong><br />

reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. – cf. VITORINO, Pedro – João Baptista Ribeiro e o Museu Portuense. Museu. Porto:<br />

Círculo Dr. José <strong>de</strong> Figueiredo. Volume IV, n.º 8 (Abril <strong>de</strong> 1945), pp. 44-48.<br />

204 “O Muzeu <strong>ou</strong> Atheneu D. Pedro possue muitas pinturas e gravuras e objectos <strong>de</strong> valor mas entre elles<br />

citarei o chapeo armado e o óculo d´alcance do Imperador Dom Pedro d´ Alcantara e B<strong>ou</strong>rbon General<br />

em Chefe do Exercito Libertador, a espa<strong>da</strong> d´el rei D. Affonso Henriques, e o tinteiro que Sua Santi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>o a D. Frey Bartholomeo dos Martires e Arcebispo <strong>de</strong> Braga quando assistio ao Concilio <strong>de</strong> Trento”.<br />

“O Muzeu fun<strong>da</strong>do por Portaria <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1833 e <strong>de</strong>finitivamente creado pelo Decreto <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong><br />

Novembro <strong>de</strong> 1836”. – cf. B.P.M.P. – Reservados. Manuscrito 1273. SOUSA REIS, Henrique Duarte e –<br />

Apontamentos para a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira história antiga e mo<strong>de</strong>rna <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto, fls. 187-187v.<br />

205 VITORINO, Pedro – João Baptista Ribeiro, ob. cit., p. 50.<br />

206 Formado por uma Galeria com 19 janelas e uma porta volta<strong>da</strong>s a sul e um Gabinete contíguo. No an<strong>da</strong>r<br />

superior uma Sala <strong>de</strong> Estudo e Exposições Públicas. – cf. VITORINO, Pedro – Os Museus <strong>de</strong> <strong>Arte</strong>, ob.<br />

cit., p. XV.<br />

207 VITORINO, Pedro – Os Museus <strong>de</strong> <strong>Arte</strong>, ob. cit., p. 2.<br />

34

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!