12.01.2013 Views

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2.1 - Educação <strong>de</strong> Rainha<br />

No século XVIII “o gosto pela pintura havia entrado nos hábitos elegantes, as<br />

<strong>da</strong>mas ilustres, incluindo as <strong>de</strong> sangue real, aprendiam <strong>de</strong>senho e cultivavam a<br />

aguarella” 164 . Em especial a partir do reinado <strong>de</strong> D. José (1714 – 1777), que<br />

proporciona às suas quatro filhas a aprendizagem <strong>da</strong>s Belas <strong>Arte</strong>s, verifica-se a presença<br />

<strong>de</strong> pintores no Paço empregues na educação artística dos príncipes. “Se para os artistas<br />

em questão este cargo significava gran<strong>de</strong> honra e bastante proveito, a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que na<br />

corte (…) tais lições, com maior <strong>ou</strong> menor aplicação, contavam como exercício <strong>de</strong><br />

pren<strong>da</strong> necessária, mas indiferencia<strong>da</strong>” 165 . D. Maria I (1734 – 1816), fun<strong>da</strong>dora <strong>da</strong><br />

Aula Pública <strong>de</strong> Debuxo e Desenho, no Porto, e <strong>da</strong> Aula Régia <strong>de</strong> Desenho, em Lisboa,<br />

era uma “amante <strong>da</strong> música e <strong>da</strong> pintura” 166 e “regeo também sabiamente os pincéis”<br />

167 , tal como sua irmã e posteriores membros <strong>da</strong> família real.<br />

Segundo os biógrafos, D. Pedro IV (1798 – 1834) tinha “um certo pendor, não<br />

convenientemente cultivado para as belas artes” 168 , mas sua filha, D. Maria II (1819 –<br />

1853), educa<strong>da</strong> na corte <strong>de</strong> Viena, e em Paris, e casa<strong>da</strong> em segun<strong>da</strong>s núpcias com D.<br />

Fernando <strong>de</strong> Saxe-Coburgo-Gotha (1816 – 1885) 169 , assegur<strong>ou</strong> uma eleva<strong>da</strong> educação<br />

aos seus filhos.<br />

D. Pedro (1837 – 1861) e D. Luís (1838 – 1889) 170 , confiados a Teodoro <strong>da</strong><br />

Motta, e <strong>de</strong>pois a António Manuel <strong>da</strong> Fonseca mostrariam alguns <strong>de</strong>senhos, cópias <strong>de</strong><br />

pinturas, numa exposição em 1851 171 . D. Luís abriu a Galeria <strong>de</strong> Pintura <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong> em<br />

1869, mas também praticava <strong>de</strong>senho, pintura, aguarela e escultura 172 .<br />

Seu filho, D. Carlos (1863 – 1908), acusando a influência <strong>de</strong> seu avô paterno (D.<br />

Fernando era um amador <strong>de</strong> pintura, cerâmica e mo<strong>de</strong>lação, <strong>de</strong>senho, gravura a água-<br />

164 PIMENTEL, Alberto – Pintoras Portuguesas. Revista Illustra<strong>da</strong>. Lisboa. 3. º Ano, n.º 47 (15 <strong>de</strong> Março<br />

<strong>de</strong> 1892), p. 52.<br />

165 ARAÚJO, Agostinho – Como se fez um rei – pintor: a formação artística <strong>de</strong> D. Carlos. Museu. Porto:<br />

Círculo Dr. José <strong>de</strong> Figueiredo. ISSN 0871-2670. IV Série, n.º 16 (2007), pp.28-29.<br />

166 SOUSA, Manuel <strong>de</strong> – Reis e Rainhas <strong>de</strong> Portugal. 5.ª Edição. Mem-Martins: Sporpress, 2002, pp.<br />

133-134<br />

167 VITORINO, Pedro – Os Museus <strong>de</strong> <strong>Arte</strong> do Porto (Notas Históricas). Coimbra: Imprensa <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, 1930, p. 50.<br />

168 SOUSA, Manuel <strong>de</strong>, ob. cit., p. 141.<br />

169 Sobre D. Fernando ver a breve biografia. – cf. EHRHARDT, Marion – D. Fernando II – Um Mecenas<br />

Alemão Regente <strong>de</strong> Portugal. Aveiro: Livraria Estante Editora, 1987.<br />

170 SOUSA, Manuel <strong>de</strong>, ob. cit., p. 143.<br />

171 ARAÚJO, Agostinho – Como se fez um rei – pintor, ob. cit., pp. 35-36.<br />

172 ARAÚJO, Agostinho – Como se fez um rei – pintor, ob. cit., p. 29.<br />

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!