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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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trabalhos <strong>de</strong> costura e to<strong>da</strong> a sorte <strong>de</strong> bor<strong>da</strong>dos ensinados nesta caza, tornam uma<br />

menina instruí<strong>da</strong> e pren<strong>da</strong><strong>da</strong> segundo o exige a actual civilização” 153 .<br />

As directivas para a Inspecção Geral às Escolas do Reino <strong>de</strong> 1863 reforçam<br />

algumas máximas: “A Instrucção <strong>da</strong> mulher é tão necessária como a do homem”;<br />

“Instruir e educar a mulher é instruir e educar a família”; “Acima do ensino primário<br />

a instrucção eleva-se sucessivamente a par <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s sociaes” 154 . Apesar do Código<br />

Civil <strong>de</strong> 1867 <strong>de</strong>terminar a lei civil igual para todos, às mulheres continuava ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> política 155 . Após a Janeirinha (1868) com a nova vaga <strong>de</strong> Colégios, ia “ (…)<br />

o grémio <strong>da</strong>s senhoras <strong>de</strong> talento e <strong>de</strong> instrucção augmentando à maravilha” 156 .<br />

D. António <strong>da</strong> Costa, responsável pelo breve Ministério <strong>da</strong> Instrução (Reforma<br />

<strong>de</strong> 1870), revela-se contra a educação <strong>da</strong>s classes populares: “Em vez <strong>de</strong> se educarem as<br />

alumnas para o exercício <strong>da</strong>s profissões que lhes venham a ser úteis, se lhes ministra o<br />

ensino do francêz, do canto superior, dos bor<strong>da</strong>dos a oiro e matiz, e <strong>ou</strong>tras disciplinas<br />

análogas, levantando-lhes aspirações (…). Deste modo se tornam num mixto <strong>de</strong><br />

populares e senhoras, <strong>de</strong> que resulta não ficarem, nem senhoras, nem populares…” 157 .<br />

Continuando a acompanhar a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Recolhimento <strong>de</strong> Órfãs <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora <strong>da</strong> Esperança tem, nos anos 80, como Professor <strong>de</strong> Desenho Joaquim Teixeira<br />

<strong>da</strong> Silva 158 , um dos Mestres do nosso estudo. Pelo Regulamento <strong>de</strong> 1897, apresenta as<br />

Aulas curriculares e as <strong>de</strong> Costura e Bor<strong>da</strong>dos, Música e Canto, Desenho e Pintura 159 .<br />

Se aten<strong>de</strong>rmos aos números, verificamos que os Colégios femininos na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do Porto ao fin<strong>da</strong>r o século são na or<strong>de</strong>m <strong>da</strong>s duas <strong>de</strong>zenas. Contam-se 21 em 1883 160 ,<br />

22 em 1884 161 , 24 em 1885 162 , e 22 em 1886 163 .<br />

153 O Commercio do Porto. XIII Ano, n.º 241 (Domingo, 14 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1866), p. 3.<br />

154 O Commercio do Porto. XIII Ano, n.º 250 (Quinta-feira, 25 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1866), p. 1.<br />

155 CRUZ, Maria Antonieta, ob. cit., p. 450<br />

156 MACEDO, D. <strong>de</strong> – Folhetim – Exposição <strong>de</strong> Bellas <strong>Arte</strong>s – IV. O Nacional. Porto. Ano XXIII, n.º 285<br />

(Domingo, 19 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1869), p. 1ª.<br />

157 COSTA, D. António <strong>da</strong> – Auroras <strong>da</strong> instrucção pela iniciativa priva<strong>da</strong>. 2ª Edição. Coimbra:<br />

Imprensa <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, 1885, p. 416.<br />

158 Almanach histórico, commercial, administrativo e industrial <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto para 1883. Porto:<br />

José António Castanheira, 1882, 1.º Ano, p. 411.<br />

159 A.S.C.M.P. – R.O.N.S.E. – Artigos addicionaes ao regulamento do Recolhimento <strong>de</strong> Orphãs <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora <strong>da</strong> Esperança, Epocha <strong>de</strong> admissão <strong>da</strong>s educan<strong>da</strong>s gratuitas. Approvados em sessão <strong>da</strong> Mesa <strong>da</strong><br />

Santa Casa <strong>da</strong> Misericórdia do Porto, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1897, e pelo Definitório em sua sessão <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong><br />

Março <strong>de</strong> 1897.<br />

160 Almanach histórico, 1882, ob. cit., 423.<br />

161 Almanach histórico, commercial, administrativo e industrial <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto para 1884.<br />

Publicado por José António Castanheira. Porto: Clavel & Cª Editores, 1883, 2.º Ano, p. 371.<br />

162 Almanach histórico, commercial, administrativo e industrial <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto para 1885.<br />

Publicado por José António Castanheira. Porto: Empreza Editora, 1884, 3.º Ano, p. 316.<br />

163 Almanach histórico, commercial, administrativo e industrial <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto para 1886.<br />

Publicado por José António Castanheira. Porto: Empreza Editores, 1885, 4.º Ano, p. 325.<br />

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