Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...
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epresenta<strong>da</strong> pelo seu Tes<strong>ou</strong>reiro, José <strong>de</strong> Amorim Braga (m. 1881) 122 , coloca a<br />
primeira pedra no edifício <strong>da</strong> Bolsa, coração <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> económica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi neste<br />
clima <strong>de</strong> alinhamento político que se inaugur<strong>ou</strong> a 1.ª Exposição Trienal <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia.<br />
Ao aproximar-se os anos 50, a contestação ao cartismo e as manifestações contra<br />
as intransigências políticas <strong>de</strong> Costa Cabral [Revolta <strong>da</strong> Maria <strong>da</strong> Fonte (1846) e<br />
Patuleia (1846-1847) com a constituição <strong>da</strong> Junta Provisória do Supremo Governo <strong>de</strong><br />
País 123 , sela<strong>da</strong>s em Gramido (1847)], anunciam o fim <strong>de</strong> um ciclo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> política<br />
portuguesa. A nossa pesquisa i<strong>de</strong>ntifica algumas <strong>da</strong>s expositoras como filhas <strong>de</strong><br />
Cartistas ocupando lugares <strong>de</strong> representação eleitoral.<br />
A condução política do Duque <strong>de</strong> Sal<strong>da</strong>nha, eliminando as facções radicais <strong>de</strong><br />
esquer<strong>da</strong> (aju<strong>da</strong>do pelo fracasso <strong>da</strong> revolução francesa <strong>de</strong> 1848) e a cabralista <strong>de</strong> direita,<br />
e a Regeneração <strong>de</strong> 1851, acaba com o “reinado <strong>da</strong> frase e do tiro” 124 . A formação <strong>de</strong><br />
um amplo bloco central progressista orienta agora o país para a consoli<strong>da</strong>ção do<br />
liberalismo e no caminho <strong>da</strong>s melhorias económicas 125 . A cisão que se verifica nos anos<br />
50, com o governo <strong>da</strong> Regeneração 126 , atribui-se em parte à renovação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> política<br />
com os liberais <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> geração, personificados no engenheiro Fontes Pereira <strong>de</strong><br />
Melo. Indivíduos formados numa época que subalterniza a i<strong>de</strong>ologia ao materialismo e<br />
que “não participara na guerra civil nem exercera cargos públicos antes <strong>de</strong> 1851” 127 .<br />
Comerciante, <strong>de</strong> acordo com o art. 35.º do Código Comercial, compreen<strong>de</strong> os banqueiros, os seguradores,<br />
os negociantes <strong>de</strong> comissão, os mercadores <strong>de</strong> grosso e retalho, os fabricantes e empresários <strong>de</strong> fábrica. –<br />
cf. BASTOS, Carlos – Associação Comercial do Porto: Resumo Histórico <strong>da</strong> sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
Fun<strong>da</strong>ção. 2.ª Edição Revista e aumenta<strong>da</strong>. Porto: Associação Comercial do Porto, 1948, p. 28 e Nota <strong>de</strong><br />
ro<strong>da</strong>pé n.º 1.<br />
122 Pai <strong>de</strong> D. Armin<strong>da</strong> e <strong>de</strong> D. Sofia <strong>de</strong> Amorim Braga, discípulas <strong>de</strong> João António Correia.<br />
123 Sob o comando do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Antas encontrava-se José Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Castro Carvalho, Tenente do Corpo<br />
do Estado Maior do Exército. (Cas<strong>ou</strong> com D. Gisel<strong>da</strong> Milheiro). – cf. PINA, Miguel Esperança;<br />
BORREGO, Nuno; FREITAS, L<strong>ou</strong>renço Vilhena <strong>de</strong> – Os Titulares e os Oficiais <strong>da</strong> Patuleia. Or<strong>de</strong>ns<br />
Gerais <strong>da</strong> Junta Provisória do Governo Supremo do Reino (1846 – 1847). Lisboa: Tribuna <strong>da</strong> História,<br />
2006, p. 8.<br />
124 Expressão <strong>de</strong> Oliveira Martins para caracterizar os 15 anos <strong>de</strong> liberalismo, recentemente baptiza<strong>da</strong> por<br />
Maria <strong>de</strong> Fátima Bonifácio como a “guerra <strong>de</strong> todos contra todos”. – cf. SARDICA, José Miguel – A<br />
Regeneração sob o signo do Consenso: a política e os partidos entre 1851 e 1861. Lisboa: Instituto <strong>da</strong>s<br />
<strong>Ciências</strong> Sociais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, 2001, p. 31.<br />
125 O comércio, <strong>de</strong> importação e exportação, ressentiu-se dos acontecimentos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> quarenta, em<br />
particular <strong>da</strong> guerra civil que bloque<strong>ou</strong> o burgo, a quando <strong>da</strong> Junta Provisória do Supremo Governo do<br />
Reino, em 1846, até a Convenção <strong>de</strong> Gramido (07.1847). Meses <strong>de</strong>pois o comércio normalizava e<br />
conhecia um incremento favorecido pela política <strong>da</strong> Regeneração, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1851. – cf. RIBEIRO, Jorge<br />
Martins – Comércio e comerciantes britânicos no Porto na primeira meta<strong>de</strong> do século XIX. D<strong>ou</strong>ro –<br />
Estudos & Documentos. Volume III (5), 1.º (1998 ), pp. 133 – 156.<br />
126 Reinado <strong>de</strong> D. Maria II. (20.º Governo Constitucional <strong>de</strong> 01.05.1851 a 22.05.1851); Reinado <strong>de</strong> D.<br />
Maria II / D. Pedro V. (21.º Governo Constitucional <strong>de</strong> 22.05.1851 a 06.06.1856). – cf. SANTOS,<br />
Manuel Pinto dos, ob. cit., pp. 70-73.<br />
127 ALMEIDA, Pedro Tavares – A construção do estado liberal. Elite política e burocracia na<br />
“Regeneração” (1851 – 1890). Lisboa: [Edição do Autor]. Dissertação <strong>de</strong> D<strong>ou</strong>toramento em Sociologia<br />
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