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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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Primária 64 gratuita para todos os ci<strong>da</strong>dãos (a leitura, a escrita, elementos <strong>de</strong> Gramática<br />

portuguesa, Desenho linear, Civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Moral. Religião, Direito Político, e noções <strong>de</strong><br />

História e Geografia), e o apoio à iniciativa particular 65 . Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> não diz respeito a<br />

todos os ci<strong>da</strong>dãos pois “As Escolas para o sexo feminino serão objecto <strong>de</strong> um<br />

regulamento especial” e meses <strong>de</strong>pois os <strong>de</strong>cretos foram suspensos 66 .<br />

Após a revolução <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1836 67 as viragens políticas 68 não impediram o<br />

7.º Governo Constitucional 69 <strong>de</strong> lançar a Reforma Geral dos Estudos 70 tendo em conta<br />

“a civilização, e aperfeiçoamento intellectual e moral <strong>da</strong> Nação”. Estabelece o<br />

programa <strong>da</strong> Instrução Primária (artes <strong>de</strong> ler, <strong>de</strong> escrever e <strong>de</strong> contar; a Civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<br />

Moral, e a D<strong>ou</strong>trina Cristã; Princípios <strong>de</strong> Gramática Portuguesa; Breves noções <strong>de</strong><br />

Historia, <strong>de</strong> Geografia, e <strong>da</strong> Constituição; o Desenho Linear; Exercícios Ginásticos<br />

acomo<strong>da</strong>dos à i<strong>da</strong><strong>de</strong>) ” 71 , apoia a iniciativa particular e cria uma “Escola <strong>de</strong> Meninas<br />

em to<strong>da</strong>s as Capitaes <strong>de</strong> Distrito Administrativo, que ain<strong>da</strong> a não tiverem” 72 .<br />

Através <strong>de</strong> Alexandre Herculano (1810 – 1877) sabemos que, cerca <strong>de</strong> 1840,<br />

além <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> professores e <strong>de</strong> alunos se levantam resistências locais, próprias <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>sarticulação entre o sistema e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do país: “A chama<strong>da</strong> instrução primária é<br />

em Portugal mais uma palavra e uma verba <strong>de</strong> orçamento que <strong>ou</strong>tra coisa” 73 .<br />

A crise, na sua face mais profun<strong>da</strong>, revela a falência dos valores universalizantes<br />

vindos do iluminismo e implementados pelo regime liberal. A dialéctica entre a<br />

64 Decreto <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1835. Cf. – PORTUGAL, 1989, ob. cit., pp. 4-8.<br />

65 “A protecção que a Lei dá à Instrucção primária, não prejudica a liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, que tem qualquer<br />

Ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong> abrir Aulas públicas, <strong>ou</strong> ensinar particularmente quaesquer artes <strong>ou</strong> sciencias honestas”. –<br />

cf. – PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 4.<br />

66 Pelo Decreto <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1835 os anteriores <strong>de</strong>cretos foram suspensos “ficando a Educação,<br />

e Instrucção Publica no pé em que se achava anteriormente aos mesmos Decretos e provi<strong>de</strong>ncias.<br />

[Negócios do Reino Luiz <strong>da</strong> Silveira M<strong>ou</strong>sinho Albuquerque]. – cf. PORTUGAL, 1989, cit., p. 19.<br />

67 Revolução <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1836. “A revolução <strong>de</strong> 1836, obra dos liberais radicais, propugnava a<br />

moralização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pública; os revolucionários pretendiam acabar com o clima <strong>de</strong> corrupção<br />

generaliza<strong>da</strong> que alastrava no aparelho <strong>de</strong> Estado e <strong>de</strong>sacreditava as instituições do novo regime” – cf.<br />

CANAVEIRA, Manuel Filipe Cruz – Liberais mo<strong>de</strong>rados e Constitucionalismo mo<strong>de</strong>rado (1814 – 1852).<br />

Lisboa: Instituto Nacional <strong>de</strong> Investigação Científica, 1988, p. 66.<br />

68 Golpe <strong>da</strong> Belemza<strong>da</strong> <strong>de</strong> 2 a 4 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1836 visando restabelecer a Carta Constitucional.<br />

69 Reinado <strong>de</strong> D. Maria II (1834 – 1853). (7.º Governo Constitucional <strong>de</strong> 05.11.1836 a 02.07.1837).<br />

Prosseguiu com as reformas [Presi<strong>de</strong>nte do Conselho Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sá <strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>ira. Ministério do Reino<br />

Manuel <strong>da</strong> Silva Passos]. – cf. SANTOS, Manuel Pinto dos – – Monarquia Constitucional. Organização<br />

e relações do po<strong>de</strong>r governamental com a Câmara dos Deputados (1834 – 1910). [Lisboa.]: [Autor],<br />

[198-], p. 47.<br />

70 Decreto <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1836: reforma <strong>da</strong> Instrução Primária. Decreto <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong><br />

1836: reforma <strong>da</strong> Instrução Secundária [Negócios do Reino Manuel <strong>da</strong> Silva Passos]. – cf. PORTUGAL,<br />

1989, pp. 42-45.<br />

71 PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 37.<br />

72 Decreto <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1836. Artigo 6.º. – cf. PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 37.<br />

73 HERCULANO, A. – Ópusculos. Tomo VIII. Questões Públicas. Tomo V. 3.ª Edição. Lisboa: Libraria<br />

Bertrand / Rio <strong>de</strong> Janeiro. Livraria Francisco Alves, 1841. In PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 50.<br />

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