12.01.2013 Views

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1.2 – Caminhos <strong>da</strong> Instrução Pública em Portugal<br />

No âmbito <strong>da</strong>s nações europeias ilumina<strong>da</strong>s a reforma do Marquês <strong>de</strong> Pombal<br />

(1699 – 1782), <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1772, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> precursora 49 . Foram cria<strong>da</strong>s<br />

as Escolas Régias 50 para meninos, ditas Escolas <strong>de</strong> ler, escrever e contar, que, com a<br />

D<strong>ou</strong>trina Cristã e Regras <strong>de</strong> Civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, formava o ensino elementar 51 . Não tendo sido<br />

então criado o ensino oficial para as meninas foi proposto o pagamento, através do<br />

Subsidio Literário, a Mestras <strong>de</strong> ler e escrever que se <strong>de</strong>dicassem ao ensino <strong>de</strong> meninas<br />

órfãs e pobres 52 .<br />

Apenas no reinado <strong>de</strong> D. Maria (1777 – 1816) e pelo Despacho <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Maio<br />

<strong>de</strong> 1790, seriam cria<strong>da</strong>s as Escolas para meninas 53 ensinando a: ler, escrever, D<strong>ou</strong>trina<br />

Cristã, fiar, coser, bor<strong>da</strong>r e corte, e que entrariam em activi<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas nas primeiras<br />

déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> oitocentos 54 . O processo <strong>de</strong> legalização <strong>da</strong>s Mestras do ensino particular,<br />

efectuado em 1792, <strong>de</strong>u a conhecer 44 Mestras no Porto, as Provisões estabeleciam o<br />

seu magistério: “o ensino <strong>de</strong> ler, escrever e contar, além <strong>da</strong> D<strong>ou</strong>trina Cristã e <strong>da</strong>s<br />

pren<strong>da</strong>s femininas” 55 , sendo <strong>de</strong> supor que o local fosse a própria residência.<br />

A influência dos i<strong>de</strong>ais <strong>da</strong> Revolução, nomea<strong>da</strong>mente sobre a Instrução Pública,<br />

a que se sobrepuseram as marcas <strong>da</strong> tripla invasão francesa (1807 / 1809 / 1810) no<br />

Porto, terá sido no imediato ténue e fugaz. Com a corte exila<strong>da</strong> no Brasil, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e sentido <strong>de</strong> Nação tomariam corpo na Revolução <strong>de</strong> 1820, no Porto, pela qual<br />

“ Portugal entr<strong>ou</strong> na era constitucional no âmbito <strong>da</strong> vaga revolucionária dos anos<br />

20” 56 .<br />

Ruptura <strong>ou</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

49<br />

Na organização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ensino elementar oficial apenas a Prússia se <strong>de</strong>stacava. – cf. ADÃO,<br />

Áurea – Estado absoluto e ensino <strong>da</strong>s primeiras letras. As escolas régias (1772 – 1794). Lisboa:<br />

Fun<strong>da</strong>ção Cal<strong>ou</strong>ste Gulbenkian, 1977, p. 51.<br />

50<br />

Antes as escolas estavam a cargo <strong>da</strong>s Câmaras, <strong>da</strong> Igreja, <strong>ou</strong> particulares. – cf. ADÃO, ob. cit., p. 11.<br />

51<br />

ADÃO, ob. cit., p. 51.<br />

52<br />

ADÃO, ob. cit., p. 88.<br />

53<br />

ADÃO, ob. cit., p. 261.<br />

54<br />

Portaria <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1814. O Príncipe Regente autoriza, em Lisboa, três senhoras a ensinar em<br />

suas casas, vinte meninas ca<strong>da</strong>. – cf. GOMES, Joaquim Ferreira – Estudos para a história <strong>da</strong> educação<br />

no século XIX. Coimbra: Livraria Almedina, 1980, p. 12.<br />

55<br />

PATRICIO, Ana Vi<strong>de</strong>ira – Escolarização e vulgarização cultural no Porto na época dos Alma<strong>da</strong>s.<br />

Porto: Câmara Municipal do Porto. Arquivo Histórico. Documentos e Memórias para a história do Porto.<br />

LII, 2000, pp. 43-44.<br />

56<br />

Revolução <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1820. “ Corporiz<strong>ou</strong>-se assim, o vago i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> alguns portuenses que, na<br />

última déca<strong>da</strong> do século XVIII, seguiram <strong>de</strong> perto, e com <strong>de</strong>clara<strong>da</strong> simpatia, os eventos revolucionários<br />

<strong>da</strong> França, como ain<strong>da</strong> os projectos dos que se aliaram ao exército invasor <strong>de</strong> Napoleão por amor à<br />

França nova”. – cf. RAMOS, Luís A. <strong>de</strong> Oliveira – O Porto e as origens do Liberalismo. Porto: Câmara<br />

Municipal do Porto. Gabinete <strong>de</strong> História <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Documentos e Memórias para a História do Porto.<br />

XLIII, [1979], pp. 88-89.<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!