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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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o programa <strong>de</strong> Desenho Histórico, não se alter<strong>ou</strong> significativamente com as reformas<br />

introduzi<strong>da</strong>s ao longo do século XIX. Volume II [Tabela 1]<br />

A admissão <strong>de</strong> “Todos os indivíduos, tanto naturaes, como estrangeiros” 5 , não<br />

sendo explícita, traduz uma fórmula textual exclusiva do género masculino, já que, nos<br />

textos oficiais relativos à Instrução as disposições para o sexo feminino ocorrem a par.<br />

Apenas pela reforma <strong>da</strong>s Aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s, <strong>de</strong> Lisboa e do Porto, <strong>de</strong> 1881, se<br />

conce<strong>de</strong>ria a admissão à matrícula a “indivíduos <strong>de</strong> ambos os sexos” 6 .<br />

De igual modo, a <strong>de</strong>finição do seu objectivo em 1836: “promover o estudo <strong>da</strong>s<br />

Bellas <strong>Arte</strong>s, diffundir, e applicar a sua prática às <strong>Arte</strong>s Fabris” 7 , sustentaria uma<br />

ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong> que se esbateu com a criação do ensino industrial (anos 50) e se clarific<strong>ou</strong><br />

pela reforma <strong>de</strong> 1881: “promover o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s bellas artes e dos estudos<br />

archeologicos, principalmente em relação com a história e a arte nacionaes” 8 .<br />

Cumprindo as disposições dos seus Estatutos, a organização <strong>da</strong>s Exposições<br />

Trienais contribuiu para a construção <strong>da</strong> esfera pública <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>de</strong> Belas<br />

<strong>Arte</strong>s, na qual a imprensa teve uma activa participação.<br />

“Da Exposição – artigo 69.º – Ca<strong>da</strong> três anos, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> distribuição dos<br />

prémios, se proce<strong>de</strong>rá a uma Exposição Pública <strong>da</strong>s Obras <strong>da</strong>s Bellas <strong>Arte</strong>s, em<br />

que terão logar: 1.º as que tiverem sido executa<strong>da</strong>s na Aca<strong>de</strong>mia: 2.º as dos<br />

alumnos <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia, que por ella h<strong>ou</strong>veram sido approvados: 3.º as <strong>de</strong><br />

quaesquer pessoas, que quizerem expor as suas composições à approvação, <strong>ou</strong><br />

censura do Público. Esta Exposição durará por d<strong>ou</strong>s mezes” 9 .<br />

A 1.ª Exposição Trienal <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Portuense <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s, em 1842,<br />

inaugur<strong>ou</strong> um ritual que marcaria por longos anos a agen<strong>da</strong> artística do Porto. Apenas a<br />

Especialização em Estudos Museológicos e Curadoriais (sob orientação <strong>de</strong> Lúcia Almei<strong>da</strong>-Matos),<br />

apresentado à Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto, 2008, Volume I, pp. 22-23.<br />

4 “Os estudos do Antigo e do Natural, <strong>ou</strong> do Nú, fazem parte essencial <strong>da</strong> Escola Académica. Nelles se<br />

comprehen<strong>de</strong>: 1.º O Estudo dos Gessos tirados sobre os melhores originais; 2.º O Estudo <strong>de</strong><br />

panejamentos; 3.º O estudo do Mo<strong>de</strong>lo vivo”. – cf. PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 51.<br />

5 Requisitos <strong>de</strong> admissão: i<strong>da</strong><strong>de</strong> superior a 10 anos, saber ler, escrever e contar, e apresentar atestado <strong>de</strong><br />

bons costumes. – cf. PORTUGAL, 1989, ob. cit. p. 51.<br />

6 Decreto <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1881. Reforma <strong>da</strong>s Aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s. Capítulo VIII, Artigo 54.º. –<br />

cf. PORTUGAL. Ministério <strong>da</strong> Educação – Reformas do ensino em Portugal (1870 – 1889). Lisboa:<br />

Ministério <strong>da</strong> Educação. Secretaria-Geral, 1991, Tomo I – Volume II, 1991, p. 83.<br />

7 Estatutos <strong>da</strong> A.P.B.A. Capítulo I, artigo 1.º. – cf. PORTUGAL, 1989, ob. cit., p. 48.<br />

8 Decreto <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1881.Capítulo I, Artigo 2.º. – cf. PORTUGAL, 1991, ob. cit., p. 79.<br />

9 Estatutos <strong>da</strong> A.P.B.A., 1836. Capítulo V – Da Exposição. – cf. PORTUGAL, 1989, p. 53.<br />

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