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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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<strong>de</strong>stino habitual a oferta para leilões <strong>ou</strong> a <strong>de</strong>coração <strong>da</strong> intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> do lar, a sua presença<br />

nas Exposições Trienais reflecte por um lado a in<strong>de</strong>finição conceptual relativamente ao<br />

objecto <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s e por <strong>ou</strong>tro a extensão do espaço <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia como palco <strong>de</strong><br />

representação <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m urbana dominante. Em todo o caso, interessa salientar a<br />

utilização <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los similares aos utilizados na cópia dos Desenhos, e a valorização do<br />

bor<strong>da</strong>do a cabelo, nomea<strong>da</strong>mente no retrato, colocando ao nível <strong>da</strong> excelência a sua<br />

reprodução mimética.<br />

A partir dos anos 50 o surto <strong>de</strong> Colégios femininos contribuiu para a<br />

alfabetização generaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong> classe Burguesa. Os programas curriculares mo<strong>de</strong>lam a<br />

educação do sexo feminino pelas Belas <strong>Arte</strong>s e a introdução em meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> do<br />

exercício do Desenho encontra raízes na educação aristocrática mas vai ao encontro <strong>da</strong><br />

pe<strong>da</strong>gogia do século XIX, que o consi<strong>de</strong>ra fun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento integral.<br />

A localização <strong>de</strong> alguns Mestres do nosso estudo nas Aulas <strong>de</strong> Desenho <strong>de</strong> Colégios,<br />

não invali<strong>da</strong> a orientação transversal <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> burguesa do Porto para esse mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> Educação pela estética. A prática doméstica do Desenho e <strong>da</strong> Pintura acompanha a<br />

vi<strong>da</strong> quotidiana <strong>da</strong>s senhoras portuenses e para o seu <strong>de</strong>senvolvimento concorreram<br />

diversos métodos <strong>de</strong> ensino, o mestre particular, os cursos progressivos e a miría<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gravuras cujo rasto nem sempre é fácil <strong>de</strong> seguir. (Fig.11). Essa transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

ensino particular artístico toma visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na Galeria do Museu Portuense.<br />

Para o Desenho, a nossa amostra encontra expositoras com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s a partir dos 10<br />

anos, mais frequente entre os 15 e os 25 anos, solteiras, e um elevado número <strong>de</strong><br />

participações singulares. As obras, maioritariamente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos a esfuminho que<br />

suportam uma maior in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> traço e do contorno (atropelos na <strong>Arte</strong> do Desenho),<br />

copiam mo<strong>de</strong>los diversos apresentando como <strong>de</strong>nominador comum a valorização <strong>de</strong><br />

figuras <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s por contornos bem marcados <strong>ou</strong> composições simples. Na análise<br />

cronológica <strong>da</strong>s participações, e pela comparação dos métodos dos Mestres, verificámos<br />

uma utilização regular <strong>de</strong> temas religiosos, dos cursos <strong>de</strong> Julien, do recurso aos mestres<br />

maiores do Desenho, com <strong>de</strong>staque para o “supremo” Rafael, a actualização progressiva<br />

dos mo<strong>de</strong>los bem como o maior protagonismo do paisagismo (Pillement, Calame,<br />

Ciceri, Ferogio), fazendo prevalecer por déca<strong>da</strong>s um método <strong>de</strong> ensino pela cópia que se<br />

esgota na vulgarização.<br />

A Pintura a óleo, apresenta um predomínio, relativamente ao Desenho, a partir<br />

dos anos 80. Verifica-se a presença <strong>de</strong> expositoras que revelam uma aprendizagem<br />

prévia e amadureci<strong>da</strong>, e que se lançam na Pintura seguindo os passos progressivos dos<br />

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