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Departamento de Ciências Prenda ou Arte? - Repositório Aberto da ...

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vez 569 nas Trienais aos 14 anos. Nessa 10.ª Exposição <strong>de</strong> 1869 apresenta apenas<br />

Desenhos a partir do gesso, um dos instrumentos <strong>de</strong> ensino, disponíveis no seu meio<br />

familiar, e que manifesta o controlo dos volumes pelo <strong>de</strong>senho. Na Exposição <strong>de</strong> 1874,<br />

tem então 19 anos, expõe diversos quadros a óleo subordinados ao tema Flores e<br />

Frutos. Um <strong>de</strong>les, oferecido a M me Gomes <strong>de</strong> S<strong>ou</strong>sa, sua professora, Directora do<br />

Colégio Francês e Inglês. Exibe ain<strong>da</strong> uma cópia <strong>de</strong> um quadro <strong>de</strong> seu pai. Na 12.ª<br />

Exposição <strong>de</strong> 1878, com 23 anos, expõe Paisagens a óleo. Por essa altura manifestam-se<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que conduziriam à sua entra<strong>da</strong> no Recolhimento do Patrocínio em<br />

1880 570 , e justificam i<strong>da</strong>s a Paris.<br />

Nessas viagens Resen<strong>de</strong> efectua diversos croquis <strong>da</strong> região dos Pirenéus 571 .<br />

Claire apresentar-se-ia ain<strong>da</strong> no Palácio <strong>de</strong> Cristal (1877), contribuiria com uma<br />

obra para o Bazar dos Bombeiros Voluntários (1880), e em 1882 estaria presente no<br />

Bazar <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s realiza<strong>da</strong> no Palácio <strong>de</strong> Cristal. Em 1885 e 1888, particip<strong>ou</strong><br />

respectivamente no Bazar <strong>da</strong> Associação Liberal Portuense, e no Palácio <strong>de</strong> Cristal,<br />

<strong>de</strong>stinado a pintura <strong>de</strong>corativa 572 . A sua apresentação pública parece ter cessado após a<br />

morte do pai (m. 1893)<br />

Inúmeros e a raiar a banali<strong>da</strong><strong>de</strong> são os relatos que mostram fragmentos do<br />

quotidiano dos pintores na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> portuense. Através <strong>de</strong>les e do exemplo <strong>da</strong>do pelos<br />

nossos Mestres apenas po<strong>de</strong>mos pensar que o prazer retirado do exercício <strong>da</strong>s Belas<br />

<strong>Arte</strong>s bastaria a estas jovens senhoras, acautelados os meios <strong>de</strong> subsistência, pois a<br />

bitola profissional imposta ao sexo masculino era bem mais ingrata.<br />

“Todos os pintores viviam com difficul<strong>da</strong><strong>de</strong> esperando que algum brazileiro rico<br />

se quizesse retratar. O Pinto <strong>da</strong> Costa reproduziu na tela, para ganhar a vi<strong>da</strong>,<br />

muita cara <strong>de</strong> commen<strong>da</strong>dor. Resen<strong>de</strong>, que ain<strong>da</strong> vive, quereria po<strong>de</strong>r trabalhar<br />

à vonta<strong>de</strong>, com todo o arrojo do seu pincel, e do seu colorido também. Mas<br />

tinha uma filha a educar, uma filha que é hoje pintora distinta, e precisava<br />

atirar-se aos retratos, que era no Porto, d´aquelle tempo, o que ia <strong>de</strong>ixando<br />

alguma c<strong>ou</strong>sa aos pintores 573 .<br />

569 Segundo M<strong>ou</strong>rato, Resen<strong>de</strong> teria enviado para a Exposição <strong>da</strong> Promotora <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> 1868, quatro<br />

<strong>de</strong>senhos a carvão <strong>de</strong> Claire (dos gessos <strong>de</strong> Vitélio, J. Bruto e Vénus <strong>de</strong> Canova e um vareiro), mas não<br />

constam do respectivo Catálogo, o que leva a supor que teriam sido rejeitados. – cf. MOURATO, António<br />

Manuel Vilarinho – Cor e Melancolia, ob. cit., Volume I, p. 129.<br />

570 MOURATO, António Manuel Vilarinho – Cor e Melancolia, ob. cit., Volume I, p. 131.<br />

571 MOURATO, António Manuel Vilarinho – Cor e Melancolia, ob. cit., Volume I, p. 164.<br />

572 MOURATO, António Manuel Vilarinho – Cor e Melancolia, ob. cit., Volume I, p. 130.<br />

573 PIMENTEL, Alberto – O Porto há 30 anos, ob. cit., p. 146.<br />

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