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roda de capoeira: rito espetacular - Biblioteca Digital de Teses e ...

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Figura 19: Roda <strong>de</strong> <strong>capoeira</strong> em Casa Branca (Brumadinho, MG). Foto: Maíra Cesarino, 2009.<br />

Na fotografia anterior, Mestre Ciro (BA) faz uma chamada para aluna do grupo Bantus<br />

Capoeira. Os jogadores brincam, compõem um jogo e sabem que estão sendo observados.<br />

O espetáculo <strong>de</strong> performance procura passar sensações por meios <strong>de</strong> signos, não se preocupa<br />

em apresentar um discurso racional. É mais importante o como fazer do que o que fazer. É uma<br />

linguagem que rompe com a representação e valoriza o instante, caracterizando-se como uma<br />

situação <strong>de</strong> <strong>rito</strong>.<br />

Na performance há uma acentuação muito maior do instante presente, do momento<br />

da ação [...]. Isso cria a característica <strong>de</strong> <strong>rito</strong>, com o público sendo não só mais<br />

espectador, e sim, estando numa espécie <strong>de</strong> comunhão [...].<br />

A característica <strong>de</strong> evento da performance [...] acentuam essa condição, dando ao<br />

público uma característica <strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> testemunha do que aconteceu. (COHEN,<br />

2002, p. 97/98).<br />

O imprevisto é algo sempre presente na performance, por mais que se tenha algo organizado<br />

para ser apresentado, quase nunca se trata <strong>de</strong> um espetáculo fechado, pronto. A situação <strong>de</strong><br />

imprevisto para o espectador e para o performer proporciona a quebra da representação e a<br />

aproximação com situações <strong>de</strong> vida – que pressupõem o inesperado. (COHEN, 2002).<br />

Cohen diz que o ator ou performer nunca está só atuando. Para ele, não existe estado <strong>de</strong><br />

espontaneida<strong>de</strong> absoluta. Mesmo quando o ator está em situação autorreferente, ele está em um<br />

estado <strong>de</strong> representação. Trata-se <strong>de</strong> uma situação paradoxal em que dois extremos se tocam: ―eu<br />

não sou mais ‗eu‘ e ao mesmo tempo eu não ‗represento‘‖ (2002, p.96).<br />

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