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roda de capoeira: rito espetacular - Biblioteca Digital de Teses e ...

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Torna-se importante, aqui, fazer uma breve exposição da estrutura <strong>de</strong> uma <strong>roda</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>capoeira</strong>. Em seguida, usando como referência os conceitos <strong>de</strong> <strong>rito</strong> e <strong>de</strong> jogo apresentados<br />

anteriormente, alguns aspectos ritualísticos da <strong>roda</strong> <strong>de</strong> <strong>capoeira</strong> são comentados e é feita uma<br />

<strong>de</strong>scrição do jogo da <strong>capoeira</strong>. Terrin (2004) diz que existem três mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> estudo que<br />

possibilitam a <strong>de</strong>finição do <strong>rito</strong>. 1- O mo<strong>de</strong>lo operativo e funcional, que é próprio do antropólogo:<br />

trata-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir e registrar as funções e movimentos que em geral estão ocultos, não<br />

imediatamente perceptíveis aos participantes do ritual. 2- O mo<strong>de</strong>lo consciente que estuda o ritual<br />

tal como é <strong>de</strong>sc<strong>rito</strong> por aquele que <strong>de</strong>le participa e o vive pessoalmente. 3- O mo<strong>de</strong>lo formal<br />

estuda as ações do ritual segundo as regras da comunicação, sem preocupação com o seu<br />

conteúdo. A análise é feita pela autora, participante do ritual, praticante <strong>de</strong> <strong>capoeira</strong> e <strong>de</strong>scrita a<br />

partir <strong>de</strong> experiências pessoais e <strong>de</strong> leituras específicas sobre o assunto. Portanto, usa-se o<br />

mo<strong>de</strong>lo consciente <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição do <strong>rito</strong> proposto por Terrin (2004).<br />

A <strong>capoeira</strong> é uma manifestação popular cultural brasileira que reúne aspectos <strong>de</strong> luta,<br />

jogo, dança, ritual, espetáculo, esporte e brinca<strong>de</strong>ira. As regras que estabelecem o funcionamento<br />

do comportamento ritual da <strong>capoeira</strong> variam <strong>de</strong> grupo/escola para grupo, <strong>de</strong> acordo com os<br />

fundamentos criados ou reproduzidos pelos respectivos Mestres <strong>de</strong>ssas escolas. Tais<br />

fundamentos, também chamados pelos próprios capoeiristas <strong>de</strong> tradição, são transmitidos<br />

oralmente <strong>de</strong> Mestre para aluno. Existem dois estilos <strong>de</strong> <strong>capoeira</strong>: Angola e Regional. Em cada<br />

um <strong>de</strong>sses estilos há diferentes correntes que seguem <strong>de</strong>terminados fundamentos ou tradições<br />

criadas por Mestres que também seguiram ensinamentos <strong>de</strong> outros Mestres.<br />

Sempre que houver referência à <strong>capoeira</strong>, seja Angola ou Regional falarei com base nos<br />

ensinamentos recebidos do Mestre Pintor, do grupo Bantus Capoeira, <strong>de</strong> Belo Horizonte.<br />

Antes <strong>de</strong> caracterizar o ritual e o jogo da <strong>capoeira</strong>, um breve resumo das características do<br />

jogo, explicadas por Huizinga (2007) será citado para ficar o mais claro possível as associações<br />

da <strong>capoeira</strong> com jogo e ritual. O jogo po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />

Uma ativida<strong>de</strong> livre, conscientemente tomada como ―não séria‖ e exterior à vida<br />

habitual, mas ao mesmo tempo capaz <strong>de</strong> absorver o jogador <strong>de</strong> maneira intensa e total.<br />

[...] praticada <strong>de</strong>ntro dos limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa<br />

or<strong>de</strong>m e certas regras. Promove a formação <strong>de</strong> grupos sociais com tendência a ro<strong>de</strong>aremse<br />

<strong>de</strong> segredo e a sublinharem sua diferença em relação ao resto do mundo por meio <strong>de</strong><br />

disfarces ou outros semelhantes. (HUIZINGA, 2007, p.16)<br />

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