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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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72 Capítulo 2: <strong>Governo</strong> <strong>Electrónico</strong> e Interoperabilidade entre SI na AP – Contexto e Conceitos<br />

A questão da governação da interoperabilidade tem vin<strong>do</strong> a ser introduzida e realçada em<br />

alguns trabalhos e iniciativas no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> governo electrónico, nomeadamente no relatório<br />

publica<strong>do</strong> pelo eGovernment Working Group da European Public Administration Network (EPAN)<br />

[EPAN 2004a], no qual os autores apontam claramente para a necessidade e importância de se<br />

proceder à governação <strong>do</strong> fenómeno da interoperabilidade.<br />

A a<strong>do</strong>pção de uma abordagem mais simplista da interoperabilidade, em que a atenção é<br />

centrada apenas nos aspectos de colaboração e em que a preocupação é colocada exclusivamente<br />

em garantir o ―estar juntos‖ na prestação de serviços públicos, não deve ser considerada suficiente.<br />

Como realçam Hura et al. [2000], aquilo que é mais relevante não é conseguir ―estar juntos‖, mas<br />

que se encontrem ―as formas mais eficazes de conseguir estar juntos‖, o que exige que a atenção<br />

na procura da interoperabilidade deva ser dirigida, além das questões de colaboração, também para<br />

as questões de coordenação, direcção e controlo de to<strong>do</strong> o processo.<br />

Face a esta visão, é essencial que a problemática da interoperabilidade seja abordada de<br />

forma global, racional, estruturada e sustentada. Tal significa que a interoperabilidade deve ser<br />

pensada globalmente: deve assegurar-se a coerência de estratégias políticas e técnicas <strong>do</strong>s<br />

múltiplos organismos governamentais; deve promover-se a convergência das acções em áreas<br />

cruciais como segurança e privacidade; devem definir-se e propor-se mecanismos adequa<strong>do</strong>s de<br />

financiamento; deve efectuar-se uma atribuição precisa de deveres e responsabilidades; devem<br />

definir-se mecanismos rigorosos de monitorização <strong>do</strong> seu progresso; devem definir-se mecanismos<br />

de detecção de desvios e proceder aos reajustes necessários; e devem identificar-se e<br />

disponibilizar-se funcionalidades comuns a vários organismos evitan<strong>do</strong> assim a duplicação de<br />

esforços e custos [OECD 2003a; Vidigal 2005]. Por outras palavras, importa, pois, que seja defini<strong>do</strong><br />

e implementa<strong>do</strong> um modelo de governação da interoperabilidade foca<strong>do</strong> na direcção e no controlo<br />

globais <strong>do</strong>s múltiplos esforços colectivos de interoperabilidade.<br />

A inexistência de tal modelo pode comprometer e colocar em risco, quer o sucesso <strong>do</strong>s<br />

esforços de interoperabilidade, quer a sua sustentabilidade a longo prazo, poden<strong>do</strong> a ausência de<br />

governação dificultar a tentativa de racionalização <strong>do</strong>s custos associa<strong>do</strong>s às iniciativas de<br />

interoperabilidade. O custo de desenvolvimento de tecnologias, standards, protocolos e políticas<br />

continuará, na ausência de uma estrutura de governação, a ser replica<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s múltiplos<br />

organismos, sen<strong>do</strong> estes obriga<strong>do</strong>s a imputá-los aos seus orçamentos, já que se torna mais difícil<br />

encontrar formas alternativas de financiamento, que não o orçamento próprio de cada organismo

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