10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

64 Capítulo 2: <strong>Governo</strong> <strong>Electrónico</strong> e Interoperabilidade entre SI na AP – Contexto e Conceitos<br />

O primeiro factor refere-se à heterogeneidade tecnológica que caracteriza o portfólio de TI<br />

existente nas organizações [Criscimagna 2003]. Esta heterogeneidade manifesta-se não só a nível<br />

interorganizacional, em que diferentes organizações utilizam tecnologias substancialmente<br />

diferentes, mas também ao próprio nível intra-organizacional. Com efeito, a realidade mostra que,<br />

talvez devi<strong>do</strong> à inexistência de uma estratégia organizacional interna global para as TI, as<br />

organizações adquiriram e desenvolveram os seus sistemas de uma forma individual, com a única<br />

preocupação de que aqueles suportassem convenientemente as actividades particulares de cada<br />

unidade organizacional. Paulatinamente, esta filosofia de desenvolvimento isola<strong>do</strong> resultou em<br />

diferentes gerações de equipamentos, em modelos de da<strong>do</strong>s díspares e em aplicações que não são<br />

naturalmente capazes de interoperar [Hjort-Madsen 2004; Khoumbati e Themistocleous 2006].<br />

O segun<strong>do</strong> factor refere-se ao advento da necessidade de operar de forma conjunta. Na<br />

verdade, a falta de interoperabilidade só constitui um problema e uma preocupação quan<strong>do</strong> se<br />

torna necessário que os sistemas interoperem [Faughn 2002]. Ou seja, a falta de<br />

interoperabilidade, que ―silenciosamente‖ se foi instalan<strong>do</strong> nas organizações, resultante <strong>do</strong><br />

desenvolvimento isola<strong>do</strong> acima referi<strong>do</strong>, tornou-se evidente apenas a partir <strong>do</strong> momento em que as<br />

pressões, no senti<strong>do</strong> de fomentar e desenvolver a cooperação entre as organizações, e no interior<br />

destas, se começaram a manifestar [Faughn 2002]. Se bem que durante muito tempo, e enquanto<br />

os serviços operavam de forma independente, o desenvolvimento isola<strong>do</strong> não tenha cria<strong>do</strong> grandes<br />

dificuldades, a crescente dependência de realização de operações conjuntas, imposta por uma<br />

sociedade cada vez mais exigente, consciente e globalizada, tornou visível a falta de<br />

interoperabilidade latente nas organizações.<br />

Apesar das preocupações em torno da interoperabilidade se manifestarem em vários<br />

<strong>do</strong>mínios sectoriais, a Administração Pública é claramente um <strong>do</strong>mínio em que os <strong>do</strong>is factores<br />

acima menciona<strong>do</strong>s se manifestam de forma veemente e, como tal, constitui uma área de eleição<br />

para o estu<strong>do</strong> e prática das questões da interoperabilidade. De facto, é evidente a enorme dimensão<br />

da Administração Pública e a grande quantidade de sistemas de informação em funcionamento nos<br />

seus diversos organismos. Sabe-se, igualmente, que estes sistemas apresentam configurações<br />

muito heterogéneas e que constituem, por isso, um lega<strong>do</strong> ―pesa<strong>do</strong>‖ para a modernização e para<br />

as reformas administrativas que se pretendem encetar.<br />

Além disso, reconhece-se também que existe um conjunto de fontes de pressão na<br />

conjuntura actual, que tornam imprescindível a intercomunicação e a interoperação entre os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!