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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 2: <strong>Governo</strong> <strong>Electrónico</strong> e Interoperabilidade entre SI na AP – Contextos e Conceitos 41<br />

Para conseguir alcançar o equilíbrio e harmonia deseja<strong>do</strong>s, é preciso que haja uma<br />

comunicação clara e fluida entre os intervenientes de ambas as esferas. Essa comunicação deve<br />

ser bidireccional da<strong>do</strong> que, por um la<strong>do</strong>, são os políticos que tomam decisões e definem as políticas<br />

gerais, ten<strong>do</strong> depois que as comunicar aos profissionais da Administração para serem executadas<br />

[Nunes 2004], e por outro são estes profissionais quem conhece a realidade a que essas políticas<br />

se referem e quem as executa.<br />

De facto, a tomada de decisão e a definição das políticas gerais, por parte <strong>do</strong>s intervenientes<br />

na esfera política, deve ser fortemente baseada num conhecimento profun<strong>do</strong> acerca da realidade<br />

que será alvo directo ou indirecto da sua decisão, ou seja, a Administração. Assim, será de esperar<br />

que as políticas definidas sejam tão mais adequadas e conformes com a realidade quanto mais<br />

detalha<strong>do</strong> e adequa<strong>do</strong> for o conhecimento que os políticos possam deter acerca da Administração.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, torna-se premente garantir a existência de um canal comunicacional que permita um<br />

bom fluxo de informação da esfera Administração para a esfera Política, de forma a sustentar<br />

convenientemente a definição das políticas.<br />

Tal canal tem que permitir igualmente o fluxo de informação em senti<strong>do</strong> contrário, da esfera<br />

Política para a Administrativa, já que após a definição das políticas, estas terão que ser<br />

comunicadas à Administração para que possam ser executadas. Além disso, de forma a garantir a<br />

desejada harmonia e o correcto funcionamento das duas funções, os órgãos políticos têm que ser<br />

capazes de, de algum mo<strong>do</strong>, fiscalizarem e controlarem a forma como a Administração está a<br />

executar as políticas por aqueles definidas [Goodnow 2003], já que, por um la<strong>do</strong>, essa é a forma de<br />

garantir que as regras estabelecidas estão a ser convenientemente cumpridas e, por outro, porque<br />

são os políticos que respondem pela Administração perante a Assembleia da República e perante<br />

toda a Sociedade. Segun<strong>do</strong> Gonçalves [2000] a exigência, o rigor e a disciplina <strong>do</strong> <strong>Governo</strong> para<br />

com a Administração tenderá mesmo a acentuar-se no século XXI, como consequência <strong>do</strong><br />

crescimento das pressões a que o próprio <strong>Governo</strong> estará submeti<strong>do</strong>.<br />

Impõe-se, assim, eliminar qualquer fosso comunicacional que possa existir e que contribua<br />

para uma falta de fluidez e clareza na comunicação entre os órgãos a estes níveis.<br />

A a<strong>do</strong>pção de uma visão dicotómica pura, em que de um la<strong>do</strong> existem políticos que<br />

governam e <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> existem burocratas que administram, parece ser cada vez menos<br />

razoável. A tendência reside agora na a<strong>do</strong>pção de modelos híbri<strong>do</strong>s de actuação entre uns e outros<br />

[Nunes 2004].

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