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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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524 Capítulo 7: Síntese<br />

Neste contexto, argumenta-se ser fundamental e pertinente que ocorra um processo de<br />

institucionalização deste fenómeno no contexto da Administração Pública portuguesa.<br />

A problemática <strong>do</strong> processo de institucionalização tem si<strong>do</strong>, ao longo das últimas décadas,<br />

alvo da atenção de diversos investiga<strong>do</strong>res, constituin<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s elementos estuda<strong>do</strong>s e aborda<strong>do</strong>s<br />

no âmbito da Teoria Institucional, a qual perspectiva e explica o mo<strong>do</strong> como determinadas<br />

estruturas ou mecanismos de natureza regulativa, normativa ou cultural-cognitiva, que sejam<br />

fundamentais para a institucionalização de um fenómeno, podem ser criadas, mantidas, alteradas e<br />

destruídas.<br />

De acor<strong>do</strong> com Scott [2008], o processo de institucionalização pode ocorrer essencialmente<br />

de duas formas: de uma forma naturalista ou com base na actuação de agentes.<br />

O primeiro caso corresponde a uma situação em que o fenómeno se vai institucionalizan<strong>do</strong><br />

de forma natural e gradual, resultan<strong>do</strong> da criação de estruturas que emergem de forma espontânea<br />

e inconsciente à medida que vão sen<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong>s esforços e que decorrem interacções entre os<br />

diversos elementos da comunidade. Neste caso, a institucionalização resulta de um processo<br />

inconsciente e não dirigi<strong>do</strong>, não existin<strong>do</strong> um propósito claro orienta<strong>do</strong>r nem acções intencionais<br />

para a criação das ―instituições‖, emergin<strong>do</strong> estas <strong>do</strong> alinhar gradual de pensamento, das<br />

percepções e das expectativas <strong>do</strong> colectivo e da resolução de problemas de actores confronta<strong>do</strong>s<br />

com situações similares.<br />

Esta estratégia naturalista pode ser uma das alternativas a seguir no caso <strong>do</strong> fenómeno de<br />

interoperabilidade entre SI na AP. Na verdade, a possibilidade de se caminhar de forma natural para<br />

uma institucionalização <strong>do</strong> fenómeno de interoperabilidade foi aflorada algumas vezes no decorrer<br />

das entrevistas. Como foi realça<strong>do</strong> por certos peritos, algumas das 31 forças actuantes no<br />

fenómeno de interoperabilidade são forças que, mesmo que não seja realiza<strong>do</strong> um esforço<br />

específico direcciona<strong>do</strong> para a sua resolução, acabarão, com o passar <strong>do</strong> tempo, por evoluir para<br />

uma configuração facilita<strong>do</strong>ra e promotora <strong>do</strong> fenómeno de interoperabilidade.<br />

Um desses exemplos é a força Standards para a Interoperabilidade. Como fizeram notar os<br />

peritos, mesmo que não haja uma intervenção concreta e intencional para alterar a configuração<br />

desta força, esta acabará, como resulta<strong>do</strong> da evolução natural decorrente da a<strong>do</strong>pção de sistemas e<br />

soluções adquiridas a fornece<strong>do</strong>res e presta<strong>do</strong>res de serviços, os quais tendem a apresentar<br />

soluções cada vez mais interoperáveis e menos fechadas, por assumir uma configuração mais<br />

favorável para a prossecução <strong>do</strong> fenómeno (este facto foi sinaliza<strong>do</strong> na tabela de formas de

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