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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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478 Capítulo 6: Entrevistas<br />

Do mesmo mo<strong>do</strong>, também o interesse em evitar o trabalho e esforço que têm que despender<br />

ao participar neste tipo de iniciativas, leva os organismos, como foi referi<strong>do</strong> na entrevista efectuada<br />

ao perito P29, a defender sempre os seus sistemas, ou nas palavras desse perito ―a defender o seu<br />

quinhão e o seu negócio‖. Como corroborou o perito P28 ―( ) conflitos de interesse existem<br />

sempre ( ) até porque to<strong>do</strong>s os organismos têm os seus sistemas de informação (.6) maus bons<br />

péssimos médios (1.0) portanto cada um vai querer à partida defender o seu‖.<br />

Os projectos transversais, que envolvam diversos organismos, como são tipicamente as<br />

iniciativas de interoperabilidade, estão, de facto, como salienta o perito P5, ―( ) muito sujeitos às<br />

perspectivas e aos interesses que as direcções de cada organismo têm ( )‖.<br />

Quan<strong>do</strong>, como referiu o perito P17, ―( ) os interesses::: (.4) se tornam muito inflexíveis (.2)<br />

aí é muito difícil até de entrar o consenso e::: e e haver uma uma posição intermédia e negociada<br />

a:::: (.) às vezes é difícil (.6) às vezes é difícil‖. Como notou o perito P28 ―( ) estas coisas são<br />

coisas que no papel se fazem com relativa facilidade (1.6) agora no dia-a-dia (.) na prática ( )‖.<br />

A opinião geral transmitida pelos peritos nas entrevistas é que não é fácil tentar intervir a este<br />

nível. A colocação <strong>do</strong>s interesses pessoais e <strong>do</strong>s interesses <strong>do</strong> organismo à frente <strong>do</strong> interesse<br />

global é, como menciona<strong>do</strong> por alguns peritos (P2, P22 e P42), um fenómeno geral da sociedade,<br />

que muito dificilmente deixará de se manifestar. Segun<strong>do</strong> os peritos P2, P5, P14, P17, P22 e P29 a<br />

questão <strong>do</strong>s conflitos poderá ser, contu<strong>do</strong>, parcialmente mitigada pela realização de uma<br />

governação cuidada destes processos. A existência de uma entidade que seja capaz de, como<br />

sugeriu o perito P17, orientar estes esforços como processos de construção participada, envolven<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>s os organismos pertinentes, que seja capaz de funcionar como um árbitro, um media<strong>do</strong>r e que<br />

tenha capacidade de harmonizar e negociar interesses, pode atenuar os atritos gera<strong>do</strong>s pelos<br />

conflitos que, inevitavelmente, emergem neste tipo de iniciativas. Como referiu o perito P5 ―( )<br />

essa terceira entidade é importantíssima quer dizer (.) é importantíssima porque de facto confronta<br />

é a a única entidade que pode ser de facto a:: o árbitro num::: num:: ( ) se não temos interesses<br />

em em em presença (.) e lá tá o conflito (.2) e cada um a jogar os seus trunfos e a sua forma de<br />

trabalhar ( )―. Como já foi referi<strong>do</strong> na Subsecção 6.2.3, referente à força Estrutura Nacional de<br />

Governação da Interoperabilidade, é imprescindível, porém, que essa entidade faça uma<br />

abordagem correcta sob pena de, como alertou o perito P12, se tal não suceder esta poder ser, ela<br />

própria, fonte de conflitos.

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