10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 6: Entrevistas 467<br />

Apesar da diversidade evidenciada, houve um ponto em relação ao qual to<strong>do</strong>s os peritos<br />

estiveram de acor<strong>do</strong>, nomeadamente o facto de que tanto a perda de autonomia, como a perda de<br />

poder, como ainda a perda de prestígio constituírem aspectos que não são aprecia<strong>do</strong>s pelos<br />

organismos, e cuja ocorrência tenderá a suscitar o aparecimento de resistências que dificultarão o<br />

envolvimento e o empenhamento <strong>do</strong>s organismos em iniciativas e esforços que estes considerem<br />

que podem conduzir àqueles tipos de perdas.<br />

Ten<strong>do</strong> presente este facto, o foco de interesse nas entrevistas voltou-se de imediato para<br />

tentar perceber se as iniciativas e esforços que visam a interoperabilidade entre SI na AP podem<br />

afectar e debilitar, de alguma forma, a autonomia, o poder ou o prestígio <strong>do</strong>s organismos ou se,<br />

pelo contrário, estes três elementos não sofrem qualquer depreciação, ou se podem mesmo ser<br />

eventualmente reforça<strong>do</strong>s, em consequência <strong>do</strong> envolvimento e participação <strong>do</strong>s organismos neste<br />

tipo de iniciativas.<br />

A este respeito, a convicção manifestada por diversos peritos (P11, P12, P14, P17, P22,<br />

P31, P33 e P35) foi que o sentimento pre<strong>do</strong>minante entre os organismos ainda é o de que a<br />

participação neste tipo de iniciativas pode provocar alguma perda da sua autonomia e <strong>do</strong> seu poder,<br />

particularmente no que concerne a opções de concepção e implementação <strong>do</strong>s seus SI e a decisões<br />

acerca de quais os recursos a partilhar, qual a forma de o fazer e quan<strong>do</strong> o fazer.<br />

Como referiu o acompanhante presente na entrevista efectuada ao perito P14 ―( ) claro que<br />

pode haver perca de autonomia não é (.) ou seja as pessoas podem pensar (.) eu acho que à<br />

primeira vista podem pensar assim ( )‖, até porque, como salientou o perito P12, o pensamento<br />

que se coloca imediatamente é que ―( ) como organismo eu tenho autonomia para fazer um<br />

determina<strong>do</strong> número de coisas (.4) e há alguém que parece (.) que está a:::: a digamos a::: entrar<br />

na minha área a fazer isto ( ) e isto é nitidamente visto como uma ameaça‖ pelos organismos.<br />

Como argumentou o perito P22, ―( ) a interoperabilidade é um factor limita<strong>do</strong>r da liberdade<br />

de escolha das pessoas e <strong>do</strong>s organismos (.8) a partir <strong>do</strong> momento em que há normas eu tenho<br />

menos liberdade de escolha ( ) e::: isso é uma percepção que acho que pode:: assustar as<br />

pessoas‖. Por esse facto, como reconheceu o perito P35, ―( ) quan<strong>do</strong> se começa a falar de<br />

projectos de integrar há sempre pessoas que estão mais na defensiva ( ) naturalmente há sempre<br />

aquele me<strong>do</strong> de:::: de::: de de intromissão ( )‖.<br />

A realidade, como realça o perito P33, é que na Administração ―cada um tem a sua<br />

quintazinha e::: e não gosta que venham de fora dizer-lhe como fazer as coisas ‖. É

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!