Governo Electrónico - Universidade do Minho

464 Capítulo 6: Entrevistas
isso sim, de diferenças e de diversidade tecnológica entre os SI dos vários organismos da
Administração. Como descreveu o perito P24, ―( ) do ponto de vista tecnológico acho que a
Administração é uma manta de retalhos ( )‖. Esta diversidade, para o perito P19 é, na verdade,
algo compreensível já que ―( ) estamos a falar de organismos que têm sistemas que foram
desenvolvidos autonomamente ( )‖ e que, como referiu o perito P32, ―( ) não foram pensados
para para para interagir com organismos exteriores (.) com: entidades exteriores (.) sejam públicas
ou privadas ( )‖. Neste sentido, há, de facto, como continuou o perito P19 ―( ) diferenças
tecnológicas (.2) mas não no sentido de que não sejam ultrapassáveis (.2) sobretudo com as
soluções que que há hoje (.4) já não estamos a falar de sistemas herméticos com que seja
impossível eu estabelecer pontes‖.
Com efeito, como concordaram os peritos as diferenças existentes são ultrapassáveis, desde
que haja vontade e, como sublinhou o perito P45, desde que ―haja quem mande‖. Como comentou
o perito P12, com mais ou menos trabalho, com mais ou menos esforço e com mais ou menos
custos as diferenças contornam-se. Isso mesmo foi também confirmado pelo perito P36. Como
testemunhou este perito, ―( ) chegámos a participar num projecto (.) que fazia a integração de
uma série de sistemas (.) entre o Serviço Nacional de Saúde (.) a Casa da Moeda enfim ( ) a:::
que não não não havia estrutura nenhuma de interoperabilidade mas o projecto fez-se (.) e fez-se
dentro daquele prazo ( ) porque o primeiro-ministro (.) era uma das bandeiras que ele tinha para
apresentar era o cartão (.) e portanto a vontade política (.8) ultrapassou tudo não é ( ) apesar de
serem sistemas complicadíssimos (1.2) completamente díspares em termos de tecnologia (.)
completamente díspares em termos de filosofia de desenvolvimento (.4) mas puseram-se a:: a:: a a
comunicar uns com os outros (.) num prazo de seis ou sete meses‖.
O que sucede por vezes, como notou o perito P14, é que aliada à questão tecnológica se
levantam questões de outras naturezas, sendo frequente, por exemplo, como explicou o perito, que
os vários organismos defendam de uma forma demasiadamente convicta as suas soluções, ao
ponto de ser muitas vezes difícil arranjar consenso quanto à solução final, não pela dificuldade
tecnológica associada à sua concretização mas pela dificuldade da sua aceitação por parte dos
organismos.
Para o perito P11, um aspecto que poderá eventualmente criar algumas complicações nestes
processos ―( ) é que muita da informação ou se calhar muita informação mais antiga nem sequer
informatizada está (.6) e portanto está guardada como é lógico (.) uma em papel (.) outras em