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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 6: Entrevistas 429<br />

Sen<strong>do</strong> a prioridade atribuída pelos políticos à questão da interoperabilidade entre SI diferente,<br />

e face à não existência de uma estratégia de longo prazo definida para esta questão — que garanta,<br />

de algum mo<strong>do</strong>, a continuidade <strong>do</strong>s esforços e iniciativas enceta<strong>do</strong>s com vista à sua implementação<br />

— cada vez que tem início um novo ciclo, lidera<strong>do</strong> por novos governantes, os esforços planea<strong>do</strong>s e<br />

em curso nestas matérias são reavalia<strong>do</strong>s com vista a tomar uma decisão acerca da sua<br />

manutenção ou aban<strong>do</strong>no. Como salientaram os peritos P3, P11 e P29, embora a revisão e<br />

reavaliação das iniciativas constitua uma atitude compreensível por parte <strong>do</strong>s novos actores, acaba<br />

sempre por ter consequências negativas para as iniciativas já que, mesmo que não chegue a levar<br />

ao seu cancelamento, acaba sempre por provocar atrasos na sua implementação, como ficou<br />

evidente <strong>do</strong> testemunho já apresenta<strong>do</strong> no Extracto 6.75.<br />

Como realçaram os peritos P4, P5 e P38 (vejam-se a título exemplificativo os extractos 6.76 e<br />

6.77), a questão das paragens e atrasos na condução das iniciativas complica-se ainda mais pelo<br />

facto <strong>do</strong> processo de reavaliação e tomada de decisão ser geralmente muito demora<strong>do</strong>, ―ocupan<strong>do</strong>‖<br />

um perío<strong>do</strong> de tempo significativo da duração de um ciclo. Como consequência, os ciclos oficiais de<br />

quatro anos acabam por corresponder na realidade a perío<strong>do</strong>s de trabalho e desenvolvimento<br />

efectivo muito mais curtos. Este facto constitui uma séria dificuldade, já que, como notaram os<br />

peritos P4, P9, P12, P36, P38 e P41, a reduzida duração <strong>do</strong>s ciclos não se coaduna com o tempo<br />

necessário para a concretização de iniciativas estruturais complexas e longas como são muitos <strong>do</strong>s<br />

esforços envolvi<strong>do</strong>s na criação de interoperabilidade entre SI na AP.<br />

Extracto 6.76<br />

**P4**<br />

( ) nós deci demoramos muito tempo a decidir (.) portanto assim que (.) arranca o ciclo<br />

político não é (.) temos ali um tempo até se decidir e quan<strong>do</strong> se decide começar a fazer é<br />

mesmo (.) já estamos a meio da legislatura (.) às vezes mais à frente (.) e depois vêm os<br />

outros e cortam e voltam a começar a decidir portanto (.) na realidade iniciativas que são<br />

iniciativas de valor (.) iniciativas que a: poderiam dar os seus frutos a médio prazo (.) não<br />

podem porque no no prazo <strong>do</strong> ciclo eleitoral ( ) aquilo a::: não tem tempo para avançar ( )<br />

Extracto 6.77<br />

**P38**<br />

( ) os ciclos políticos são de quatro anos a:: (.) portanto o que acontece é o primeiro ano<br />

pára tu<strong>do</strong> (.) no segun<strong>do</strong> ano começa-se a pensar (.) e no terceiro ano nós vamos dar com as<br />

organizações a fazer a mesma coisa que estavam a fazer há quatro há cinco anos atrás (.)<br />

que entretanto ficou tu<strong>do</strong> para<strong>do</strong> (.) portanto que é isto (.) e:: e se calhar os funcionários que<br />

andavam lá já tavam a dizer (.) mas a gente não pode parar isto a gente não pode parar isto<br />

devia continuar (.) não não não não (.) vamos com calma ( )

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