10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 6: Entrevistas 407<br />

perito P29, ―( ) claramente mu::ita desconfiança (1.2) porque é que estes senhores estão a fazer<br />

isto (.2) isto sempre funcionou assim (.) está a funcionar bem (.) nós sabemos fazer (.) porque é<br />

que agora hão-de vir mudar tu<strong>do</strong> isto ( )‖.<br />

Esta mesma convicção foi revelada pelo perito P6 quan<strong>do</strong> referiu ―( ) o Spínola dizia que<br />

um oficial de cavalaria (.) ele era de cavalaria (.) um oficial de cavalaria por princípio é um bom<br />

oficial (.) até prova em contrário é um bom oficial (.4) e os outros (.) até prova em contrário (.) são<br />

maus (.4) na Administração Pública é assim (.) até prova em contrário por defeito há desconfiança<br />

relativamente aos organismos e não confiança (.4) portanto o princípio base é haver<br />

desconfiança relativamente aos organismos até haver uma prova em contrário ( )‖.<br />

De facto, como argumentou o perito P11, ―( ) o nosso espírito e o nosso (.) a:: a nossa<br />

sociologia (.) se me permite o termo (.) é de à partida sermos desconfia<strong>do</strong>s ( ) a:: eu não conheço<br />

quase ninguém que diga que há partida vai correr tu<strong>do</strong> bem ( )‖.<br />

Como também notou o perito P35, ―( ) ainda é um problema (.4) a::: existe essa<br />

desconfiança ( )‖, até porque, como continuou o perito, ―( ) a::s pessoas têm orientações<br />

tecnológicas diferentes (.) a: têm experiências diferentes (.) têm graus de maturidade diferentes em<br />

termos da evolução <strong>do</strong>s próprios sistemas (.) e portanto existe essa desconfiança ( )‖.<br />

Outro motivo que também contribui para a falta de confiança que se vive entre os organismos<br />

é, como decorre <strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> no Extracto 6.69, a cultura de desresponsabilização que<br />

caracteriza a sociedade portuguesa em geral, e a Administração Pública em particular.<br />

Extracto 6.69<br />

**P41**<br />

( ) como há uma cultura de alguma desresponsabilização (.8) a:: (.4) que é generalizada no<br />

país e na na Administração se nota hm:: (2.0) quer dizer basi na Administração hm:: até ao<br />

topo (.) ou seja desde os nossos políticos não é (.) isto é isto é um (.) a tradição pelo menos<br />

ainda diz que a culpa morre solteira não é portanto aqui ninguém (.4) é responsabiliza<strong>do</strong> por<br />

coisa nenhuma não é (.) faz uma grande argolada compra uma coisa que custa milhões<br />

mesmo aquilo não funcionou continua:: ministro ou director-geral (.) quer dizer nin::guém é<br />

responsabiliza<strong>do</strong> pelos à os actos de gestão (.) isso faz com que (.) a confiança (.) quer dizer<br />

um tipo tem uma determinada estrutura em que manda (.) e quan<strong>do</strong> é obriga<strong>do</strong> a man a ter<br />

confiança a::: até na sua própria já sabe Deus não é (.) mas quan<strong>do</strong> é obriga<strong>do</strong> a ter<br />

confiança para processos transversais na:: estrutura <strong>do</strong>s outros (.) saben<strong>do</strong> a<br />

desresponsabilização é uma atitude cultural <strong>do</strong>s portugueses eu diria (.) temos aqui os<br />

ingredientes to<strong>do</strong>s para toda a gente ser muito desconfiada em relação a terceiros não é (.)<br />

a:: o que é gravíssimo quan<strong>do</strong> a gente está a falar de interoperabilidade ( )

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!