10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 6: Entrevistas 397<br />

Com efeito, como referiram os peritos P3, P5, P24, P29 e P42 não é fácil identificar e<br />

perceber os custos e benefícios envolvi<strong>do</strong>s, nem no âmbito global de uma iniciativa, nem no que se<br />

refere a cada um <strong>do</strong>s organismos envolvi<strong>do</strong>s nessa iniciativa. Como sublinhou o perito P3 ―( ) é<br />

difícil (.) fazer-se o balanço de o deve e o haver (.) das vantagens e das desvanta vantagens (.) quer<br />

dizer da <strong>do</strong>s lucros (.) entre aspas (.) e <strong>do</strong>s gastos a de cada um <strong>do</strong>s organismos a isto nisto ( )‖.<br />

Esta dificuldade surge desde logo pelo facto de, como apontou o perito P24, o próprio conceito de<br />

interoperabilidade ―( ) acabar por ser assim uma coisa muito intangível para muita gente não é<br />

( )‖. Adicionalmente, como mencionou o perito P12, os benefícios e custos são de diversa ordem,<br />

e, se bem que alguns deles possam ser mais fáceis de determinar e quantificar, outros, como os<br />

mais relaciona<strong>do</strong>s com as questões de poder e prestígio, por exemplo, são difíceis de avaliar e<br />

estimar.<br />

Esta dificuldade faz com que, como testemunharam os peritos, seja frequente avançar-se<br />

para projectos desta natureza sem que os organismos individualmente tenham muitas vezes a<br />

percepção das mais-valias que nele estão envolvidas. A questão, como notou o perito P3, é que não<br />

estan<strong>do</strong> perfeitamente esclareci<strong>do</strong>s sobre os custos e benefícios associa<strong>do</strong>s, na dúvida os<br />

organismos acham sempre que terão essencialmente custos. A percepção que os organismos vão<br />

ter é que, como realçou o perito P28, ―( ) vou ter mais trabalho (2.2) vou ter mais trabalho (.2)<br />

agora vão-me obrigar a fazer mais não sei o quê (.) e a vantagem não é nenhuma é só porque<br />

aqueles senhores querem ( )‖.<br />

A terceira ideia transmitida pelos peritos acerca da questão das mais-valias foi que os<br />

organismos têm quase sempre a percepção da existência de desequilíbrios de custos e benefícios<br />

entre as múltiplas entidades intervenientes nas iniciativas. Esta percepção decorre e está<br />

intimamente ligada com a falta de clareza na identificação das mais-valias apontada no ponto<br />

anterior.<br />

Mais <strong>do</strong> que a percepção de desequilíbrios nas mais-valias que podem resultar para os<br />

diferentes organismos, os peritos P3, P6 e P12 afirmaram que estes desequilíbrios são<br />

efectivamente reais, haven<strong>do</strong>, de facto, organismos cujo rácio entre benefícios e custos pode ser<br />

bem maior <strong>do</strong> que noutros, significan<strong>do</strong> que muitas vezes, neste tipo de iniciativas, quem mais<br />

gasta não é quem mais beneficia. Pode haver, como avançou o perito P3, ―( ) neste percurso to<strong>do</strong><br />

algum organismo que só gasta (.6) e que tem que pedir constantemente recursos para uma coisa<br />

que não é exactamente pro seu negócio ( )‖. Como salientou o perito P6, ―( ) não há um

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!