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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 6: Entrevistas 361<br />

isto aqui tão controla<strong>do</strong> tão direitinho porque é que eu agora tenho de mudar hm hm:: processos e<br />

tal mexer com isto tu<strong>do</strong> (.2) para uma coisa que (.6) que é relativamente incerta (.) não é (.) e<br />

portanto as pessoas naturalmente têm receio ( )‖. Também para o perito P32, ―( ) é:: é:: normal<br />

que seja assim (.) as pessoas têm (.) estão habituadas a funcionar de determinada forma e: e: não<br />

querem muito mudar (.) sentem que perdem o seu espaço (.) perdem a sua esfera de influência<br />

( )‖, e portanto, embora não seja, como referiu o perito P4, ―( ) politicamente correcto<br />

mostrarem resistência ( ) de facto (.) as pessoas acabam por resistir às mudanças ( )‖.<br />

Para além da questão da perda de poder e da inércia em mudar o seu modus operandi,<br />

existem ainda, como salientou o perito P41, outras questões que justificam as resistências<br />

manifestadas tais como ―( ) alguns fantasmas que (.) embora sejam cada vez menos (.) ainda<br />

persistem acerca das tecnologias:: nomeadamente que nos vêm controlar e que ficamos mais::<br />

mais observáveis mais auditáveis (.) e ainda há muita gente que se sente desconfortável com isso<br />

( ) pessoas que julgam que quanto mais automatiza<strong>do</strong> está o trabalho mais se sentem<br />

dispensáveis não é (.) e nestes dias em que se fala de (.2) quadros adicionais e desemprego e de<br />

não sei quê (.) as pessoas não se querem sentir dispensáveis não é ( )‖.<br />

Também o facto, como foi aponta<strong>do</strong> pelos peritos P10, P18 e P41, de muitos profissionais<br />

não se sentirem à vontade e de acharem que não têm a capacidade nem as competências<br />

necessárias para lidar com as questões associadas à interoperabilidade, nomeadamente com as<br />

novas tecnologias envolvidas, faz com que coloquem algumas resistências à participação neste tipo<br />

de iniciativas.<br />

Para além de se confrontarem com to<strong>do</strong>s estes tipos de receios, a verdade é que, como<br />

aludiu o perito P4, as pessoas também não se sentem incentivadas nem motivadas para tentarem<br />

ultrapassar esses receios e para terem uma atitude mais favorável à mudança pelo facto de já<br />

terem senti<strong>do</strong> por diversas vezes enormes frustrações e desilusões em experiências vividas<br />

anteriormente. Como referiu o perito P4 ―( ) muita gente já foi chamada para contribuir para<br />

muita coisa (.) que depois não resultou em nada (.) e portanto eu acho que (.) a boa vontade das<br />

pessoas também se vai gastan<strong>do</strong> ( )‖ e a sua disposição para enfrentar as dificuldades que estas<br />

mudanças colocam é, consequentemente, menor. O que sucede, de facto, como explicou o perito<br />

P33, é que ―( ) as pessoas sabem (.) de processos anteriores (.) que a mudança se resumiu<br />

apenas a uma coisa que disseram que iam fazer e que na verdade aquilo ficou tu<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> na mesma<br />

(.) ou mais ou menos na mesma ( )‖.

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