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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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360 Capítulo 6: Entrevistas<br />

Para os peritos, a resistência manifestada é, de certa forma, compreensível, da<strong>do</strong> que a<br />

mudança provoca geralmente muitos receios nas pessoas, especialmente, como realçou o perito<br />

P6, quan<strong>do</strong> se tratam de projectos e iniciativas em temáticas tão recentes como são a <strong>do</strong> governo<br />

electrónico e a da interoperabilidade, que as pessoas ainda não conhecem e às quais ainda não se<br />

habituaram. Como referiu o perito P9, é preciso não esquecer que quan<strong>do</strong> se fala de<br />

interoperabilidade e prestação de serviços transversais ―( ) estamos a falar de uma coisa que a: a:<br />

Administração Pública é tradicionalmente avessa (.) quer dizer (.2) ela foi construída ao longo <strong>do</strong>s<br />

anos a a ten<strong>do</strong> uma visão que é completamente oposta a esta visão que agora temos (.) e portanto<br />

é uma alteração de cultura organizacional que (.) como todas as alterações culturais (.) demoram<br />

muito tempo a ser a ser implementadas ( )‖ e colocam muitas objecções.<br />

De facto, como também testemunhou o perito P17, são várias as resistências manifestadas a<br />

esta nova forma de operar, ―( ) estes processos não são nada fáceis não é (.2) desde logo porque<br />

culturalmente nós estamos vira<strong>do</strong>s uns contra os outros (.) não sei porquê nem porque carga de<br />

água (.2) mas é difícil pôr as pessoas a pensar que estamos to<strong>do</strong>s no mesmo barco não é cada um<br />

por si (.8) é difícil pensar a: que temos objectivos comuns (.6) é:: é difícil ( ) há resistências até<br />

pessoais porque (.) ou se lhes dá projecção ou se não dá (.4) gerem as:: coisas de uma maneira:::<br />

focalizada no interesse pessoal ( ) isto::: há muitas resistências (.) muitíssimas muitíssimas (.8)<br />

são processos complexos ( )‖. As pessoas, como observou o perito P3, têm de facto, ―( )<br />

sempre muito me<strong>do</strong> de perder a::: poder (.) capacidade de influência (.) importância (.) chamem-lhe<br />

o que quiserem (.2) e quan<strong>do</strong> se mexe nestas coisas estamos a tirar da mão de chefes de divisão<br />

(.) a:: directores de serviço etc. por aí fora (.) pela cadeia hierárquica toda da Administração Pública<br />

(.) que existe e que a gente não faz assim e não a muda (.) a::: e isto tu<strong>do</strong> (.)<br />

a::::: provoca receios a toda a gente a mudança provoca sempre receios quer dizer ( )‖.<br />

Enquanto as pessoas não perceberem claramente aquilo que está envolvi<strong>do</strong> nestes<br />

processos, têm sempre muita apreensão e receio entre trocar aquilo que é certo, e que conhecem,<br />

por aquilo que desconhecem. Como exemplificou o perito P9, ―( ) eu recor<strong>do</strong>-me sempre nestas<br />

coisas quan<strong>do</strong> eu comecei a trabalhar havia uma senhora (.8) que era a chefe de secção de pessoal<br />

que quan<strong>do</strong> eu lhe dizia (.) ah porque é que a senhora faz isto assim porque é que não faz ali ao<br />

la<strong>do</strong> porque ali ao la<strong>do</strong> tem estas vantagens (.2) ela respondia (.) ó ó ó XXX (por questões de<br />

preservação <strong>do</strong> anonimato <strong>do</strong> perito o seu nome foi substituí<strong>do</strong> pelos caracteres XXX) eu sempre fiz<br />

assim (.4) e <strong>do</strong>u-me bem (.) portanto não me venha para cá com ideias não é (.4) portanto esta<br />

resistência à mudança que é no fun<strong>do</strong> dizer assim (.) é pá se isto está a correr tão bem se eu tenho

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