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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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310 Capítulo 6: Entrevistas<br />

sustenta P24 ―Diz-se que se quer fazer (.) mas não se dão as condições necessárias para fazer isso<br />

bem feito‖ e a interoperabilidade, como sublinham alguns peritos (P6, P24, P41), deve e tem que<br />

ser pensada como um esforço de fun<strong>do</strong>. Como testemunha P41 ―a necessidade de pôr soluções ou<br />

a necessidade de:: de construir aquilo que eu chamo a parte submersa <strong>do</strong> iceberg (.) ou seja aquilo<br />

que sustenta o que faz mas ninguém vê portanto não dá votos (.) acho que tradicionalmente se tem<br />

puxa<strong>do</strong> as coisas para o la<strong>do</strong> da parte visível <strong>do</strong> iceberg e e esquece-se a a questão infra-estrutural<br />

(.) não é‖.<br />

No cenário descrito pelos peritos, colocou-se então a questão de como conseguir instigar à<br />

criação de uma vontade política real e efectiva para a promoção e desenvolvimento de esforços e<br />

iniciativas para a implementação de interoperabilidade entre SI na AP que permitisse suportar de<br />

forma séria e sustentada a prestação de serviços de forma integrada ao cidadão, bem como<br />

contribuir para o aumento da eficiência e eficácia <strong>do</strong>s processos e operação de toda a máquina<br />

administrativa.<br />

Na opinião <strong>do</strong>s peritos, o poder de intervenção nesta matéria é limita<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> muito difícil<br />

mudar a forma como se faz política e se governa em Portugal, nomeadamente conseguir que os<br />

interesses pessoais de permanência no poder deixem de ser tão determinantes das decisões e<br />

acções <strong>do</strong>s governantes. Na verdade, como aponta P41 até ―é legítimo os políticos preocuparem-se<br />

com as fachadas (.4) porque precisam de resulta<strong>do</strong>s rápi<strong>do</strong>s (.) muito visíveis muito mediáticos (.)<br />

não é honesto é depois despreocuparem-se com os back offices não é (.) com o que está por trás‖<br />

que é precisamente onde se coloca a questão da interoperabilidade.<br />

A forma mais referida pelos peritos (P2, P9, P11, P12, P28, P29 e P33) para tentar<br />

alimentar a vontade política para estas questões é, precisamente, pela ―voz <strong>do</strong> cidadão‖ ou pela<br />

―pressão <strong>do</strong> cidadão‖. Um cidadão mais exigente e sensibiliza<strong>do</strong> para a relevância destas questões<br />

poderia ser mobiliza<strong>do</strong>r da vontade política. Porém, como também notaram alguns peritos (P12,<br />

P28 e P33), nem a população portuguesa está suficientemente sensibilizada para estas questões,<br />

nem tem uma cultura de participação democrática nestes processos. Assim, conforme realçaram<br />

P2 e P9 é fundamental que haja a capacidade de traduzir os benefícios da interoperabilidade em<br />

iniciativas e projectos que produzam resulta<strong>do</strong>s que, nas palavras de P2, ―tenham leitura pelos<br />

cidadãos‖. A concretização desta estratégia, como referiu o mesmo perito, criaria um ―círculo<br />

virtuoso‖ que alimentaria a vontade política para estas questões. Conseguir isso, porém, não<br />

constitui uma tarefa simples. De facto, como alerta P9 há que ter cuida<strong>do</strong> com a forma como se

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