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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP 223<br />

Um terceiro aspecto, que tem si<strong>do</strong> igualmente avança<strong>do</strong> na literatura, é o facto <strong>do</strong>s benefícios<br />

e custos das iniciativas de interoperabilidade não serem, geralmente, defini<strong>do</strong>s de forma clara e<br />

detalhada [Landsbergen e Wolken 2001]. Da<strong>do</strong> o facto <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s deste tipo de iniciativas terem<br />

uma natureza iminentemente intangível e serem difíceis de avaliar [Dodd et al. 2003], não há, regra<br />

geral, uma perspectiva precisa <strong>do</strong>s custos e <strong>do</strong> ROI 92 destas iniciativas [Realini 2004], o que causa<br />

alguma hesitação e objecção, por parte <strong>do</strong>s responsáveis, em patrocinar e alocar recursos para<br />

estes projectos.<br />

To<strong>do</strong>s estes aspectos – a entropia financeira causada por novos ciclos políticos e por<br />

situações de contenção orçamental imprevistas, a falta de visibilidade pública e a dificuldade de<br />

avaliação <strong>do</strong>s custos e <strong>do</strong> ROI – tendem a dissuadir o investimento em iniciativas transversais,<br />

poden<strong>do</strong>, assim, acabar por comprometer ou mesmo inviabilizar a concretização deste tipo de<br />

iniciativas.<br />

Aliada à escassez de recursos financeiros, uma outra questão — a inadequação <strong>do</strong>s modelos<br />

de financiamento — tem si<strong>do</strong> também apontada como um elemento determinante <strong>do</strong>s problemas<br />

financeiros associa<strong>do</strong>s à implementação de iniciativas interorganismo.<br />

Como realçam vários autores, a utilização de modelos de financiamento verticais,<br />

profundamente orienta<strong>do</strong>s e foca<strong>do</strong>s nos organismos, que reflectem a mentalidade de silos ainda<br />

prevalecente na Administração, não se coaduna com as necessidades específicas de projectos<br />

transversais, principalmente <strong>do</strong>s que têm requisitos de financiamento a longo prazo e que envolvem<br />

a colaboração de múltiplos organismos [Lazer e Binz-Scharf 2004; OECD 2003a; VSSA 2007].<br />

Segun<strong>do</strong> Budge [2002], a ideia de que caberá a cada entidade administrativa a<br />

responsabilidade de financiar, a partir de orçamentos próprios, os custos em que incorre ao<br />

participar numa iniciativa transversal, não é, geralmente, bem acolhida pelos organismos, geran<strong>do</strong><br />

muitas vezes fortes resistências à colaboração. Esta ideia é também subscrita por Vincent [1999],<br />

segun<strong>do</strong> o qual as estruturas de financiamento verticais, ao enfatizarem individualmente os<br />

organismos, não só não encorajam a colaboração <strong>do</strong>s organismos na iniciativa, como podem até<br />

promover uma certa competição e exclusão entre eles.<br />

A tarefa de tentar promover ―a integração horizontal num mun<strong>do</strong> verticalmente financia<strong>do</strong>‖<br />

revela-se de facto um verdadeiro desafio.<br />

92 Acrónimo de Return On Investment.

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