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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP 213<br />

Alguns estu<strong>do</strong>s têm demonstra<strong>do</strong> que nos projectos em que este aspecto foi ti<strong>do</strong> em<br />

consideração, e em que foram enceta<strong>do</strong>s esforços e a<strong>do</strong>ptadas estratégias no senti<strong>do</strong> de preservar<br />

a autonomia e independência <strong>do</strong>s organismos [BFC 2005; Gil-Garcia et al. 2007b; Zhang et al.<br />

2005], e de respeitar as suas decisões relativas à estruturação e gestão da sua informação, se<br />

conseguiram concretizar as trocas informacionais necessárias para alcançar a cooperação desejada<br />

entre os organismos [Gil-Garcia et al. 2005]. Na verdade, aquilo que desencadeia nos organismos<br />

uma sensação de perda de poder, e que, portanto, pode causar resistências, não é tanto o acto de<br />

permitir o acesso à informação, mas antes a perda da capacidade de controlar a informação ou de<br />

definir que informação será mantida e manipulada e de que forma isso será feito [Hart e Saunders<br />

1997; Markus 1983].<br />

Como refere Bekkers [2005a], parece pois fundamental que os esforços de colaboração e<br />

cooperação envolven<strong>do</strong> vários organismos devam ser compreendi<strong>do</strong>s e geri<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> em conta as<br />

questões de ―politiquice de informação‖.<br />

Para além das perturbações de poder, os organismos podem adicionalmente antever a<br />

ocorrência de outros <strong>do</strong>is tipos de perturbações, como resulta<strong>do</strong> da sua participação neste tipo de<br />

iniciativas: perturbações a nível da sua identidade e perturbações a nível <strong>do</strong> seu prestígio.<br />

Como refere Kraaijenbrink [2002], ao disponibilizarem os seus serviços de forma integrada,<br />

certos organismos tornam-se menos visíveis perante o cidadão. Este facto torna estes organismos,<br />

aos olhos da sociedade, desnecessários e, como tal, dispensáveis [Lazer e Binz-Scharf 2004]. Esta<br />

sensação de perda de identidade institucional pode ocorrer, de forma mais consciente ou menos<br />

consciente, e acabar por gerar resistências, mais ou menos explícitas, à colaboração neste tipo de<br />

iniciativas. Esta perda de identidade pode ser ainda mais assusta<strong>do</strong>ra para os organismos em<br />

perío<strong>do</strong>s de profunda ou intensa reorganização administrativa, em que o receio de poder ser<br />

integra<strong>do</strong>, dividi<strong>do</strong> ou ver as suas atribuições e responsabilidades alteradas é ainda mais eminente<br />

para o organismo.<br />

O prestígio é outro <strong>do</strong>s aspectos que parece preocupar os organismos quan<strong>do</strong> se envolvem<br />

em iniciativas de interoperabilidade, sen<strong>do</strong> compreensível que, se o organismo considera que a sua<br />

imagem ou o seu prestígio podem sair danifica<strong>do</strong>s, em consequência <strong>do</strong> seu envolvimento nessa<br />

iniciativa, tenderá naturalmente a não comprometer-se e a evitar participar.<br />

público.<br />

As perturbações de prestígio podem manifestar-se quer ao nível <strong>do</strong>s seus pares, quer ao nível

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