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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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212 Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP<br />

A existência de querelas e desentendimentos, decorrentes de perturbações nas relações de<br />

poder instituídas, ou da simples percepção de uma possível ocorrência de perturbações, tem si<strong>do</strong><br />

notada, com particular intensidade, nas iniciativas de natureza interorganizacional. Tal facto tem<br />

leva<strong>do</strong> os investiga<strong>do</strong>res a alertar para a importância de ter presente a perspectiva política no<br />

decorrer deste tipo de iniciativas [Markus 1983].<br />

Também no contexto particular <strong>do</strong> estabelecimento de relações de colaboração e cooperação<br />

entre diferentes organismos da Administração Pública, as questões de poder têm vin<strong>do</strong> a<br />

manifestar-se. Alguns estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s apontam para o facto de que a resistência manifestada<br />

pelos organismos, em se envolverem e participarem em projectos de partilha de informação com<br />

outros organismos, é, em muitos casos, devida ao receio que os organismos têm de perder o seu<br />

poder [Bekkers 2005a; Dawes 1996; Lazer e Binz-Scharf 2004; Tambouris et al. 2006].<br />

Uma das principais fontes de poder de um organismo público é a sua informação. Como<br />

refere Dawes [1996], a informação constituiu um <strong>do</strong>s maiores símbolos de poder e de autoridade<br />

de um organismo público, sen<strong>do</strong> considerada pelo organismo como propriedade sua, e estan<strong>do</strong>, por<br />

isso, a sua organização e circulação restringida em conformidade com a vontade desse organismo<br />

[Janssen e Cresswell 2005; Lam 2005]. Bellamy e Taylor [1998] consideram que o <strong>do</strong>mínio de<br />

informação de um organismo representa uma esfera única de influência, de propriedade e de<br />

controlo desse organismo, sen<strong>do</strong>, portanto, compreensível que qualquer organismo tente preservar<br />

o seu <strong>do</strong>mínio de informação [Akbulut 2003; Lam 2005; N<strong>do</strong>u 2004].<br />

O envolvimento de um organismo em iniciativas que visem a interligação e operação conjunta<br />

<strong>do</strong> seu sistema de informação com os sistemas de outros organismos, pode ser visto como uma<br />

ameaça, já que poderá desafiar os <strong>do</strong>mínios de informação instituí<strong>do</strong>s e esbater as fronteiras<br />

informacionais estabelecidas entre os vários organismos [Bekkers 2005a; Kumar e Dissel 1996;<br />

Woosley et al. 2004]. Em consequência deste facto, a criação de um ambiente cooperativo pode ser<br />

erradamente percepcionada pelos organismos públicos como causan<strong>do</strong> uma perda <strong>do</strong> seu poder de<br />

controlo sobre a informação e da autonomia e liberdade de que gozam, relativamente à concepção<br />

da arquitectura da sua informação e <strong>do</strong>s seus sistemas de informação [Bellamy e Taylor 1998;<br />

Janssen e Cresswell 2005].<br />

Perante este cenário, é possível que os organismos tendam a levantar algumas resistências<br />

quanto ao seu envolvimento em iniciativas de interoperabilidade [Dawes 1996; Lam 2005].

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