Governo Electrónico - Universidade do Minho

Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP 181
profissionais da Administração, na opinião dos quais, o sucesso deste tipo de iniciativas depende
mais da formação de fortes relações de confiança entre os envolvidos do que propriamente da
utilização de uma determinada tecnologia.
Também em EC [2008] a criação de confiança foi identificada como um processo social
importante e fundamental para o desenvolvimento de iniciativas que envolvam a partilha de
informação entre diferentes organismos.
Na sequência dos testemunhos apresentados nos parágrafos anteriores, crê-se, tal como
defendem Woosley et al. [2004], que as questões de confiança são, de facto, inerentes às iniciativas
de interoperabilidade. Neste sentido, julga-se imprescindível que os responsáveis por este tipo de
iniciativas estejam atentos aos níveis de confiança evidenciados pelos participantes, não só nos
momentos iniciais mas também ao longo de toda a iniciativa, e que actuem sempre que se revelar
necessário, no sentido de tentar fomentar uma cultura de confiança entre os participantes, que
permita fortalecer e sustentar níveis de confiança que sejam mais favoráveis à prossecução da
iniciativa. Pelo referido, considerou-se importante incluir a confiança interorganismo como um dos
aspectos com influência nas iniciativas de interoperabilidade.
Confiança interorganismo
Refere-se à capacidade evidenciada por cada um dos organismos de acreditar que os
organismos com que interagem e colaboram exibirão um comportamento que estará em
conformidade com as expectativas existentes no que concerne a aspectos como, por exemplo,
honestidade, intencionalidade, integridade e segurança
4.3.8 Conflito de Interesses
O conflito de interesses constitui um dos fenómenos que se manifesta com maior frequência
no decorrer de acções que envolvem a presença e operação conjunta de duas ou mais entidades.
Trabalhos realizados no domínio da psicologia social, da sociologia, do comportamento
organizacional e das relações organizacionais — que se focam no estudo dos indivíduos e do seu
comportamento em grupo, e no estudo das organizações e suas relações — revelam a presença,
quase invariável, de conflitos de interesse entre os vários intervenientes em processos colaborativos
[Braverman 1974]. A frequência com que este fenómeno se faz notar é de tal ordem, que alguns
autores apresentam o conflito de interesses como algo quase natural na vida das organizações e