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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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180 Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP<br />

compreendidas, a questão da confiança não se colocaria e não seria tão necessária [Hudson et al.<br />

1999].<br />

Dada a limitação geral que qualquer entidade tem de conseguir compreender totalmente as<br />

várias entidades com que interage num processo de colaboração, é compreensível que a confiança<br />

assuma um papel primordial nos contextos colaborativos, sen<strong>do</strong> mesmo apontada, por alguns<br />

autores, como condição sine qua non para a existência de colaboração [Smith et al. 1995].<br />

As relações de colaboração encetadas ao nível <strong>do</strong>s organismos públicos, não constituem<br />

excepção a este facto. Com efeito, são vários os estu<strong>do</strong>s que apontam e sublinham a importância<br />

da confiança no estabelecimento de relações de colaboração interorganismo.<br />

Um desses estu<strong>do</strong>s foi realiza<strong>do</strong> por Dawes [1996]. De acor<strong>do</strong> com este autor, a análise que<br />

efectuou de algumas iniciativas que visavam a partilha de informação entre vários organismos<br />

governamentais, revelou que a existência de confiança mútua entre os organismos constitui uma<br />

pré-condição essencial para o sucesso desse tipo de iniciativas.<br />

A importância da confiança nas relações interorganismo foi também testemunhada por<br />

Akbulut [2003]. Como descreve a autora, no decorrer <strong>do</strong> seu trabalho foi possível presenciar a<br />

ocorrência de diversas manifestações de falta de confiança entre os vários organismos, locais e<br />

estatais, que estavam envolvi<strong>do</strong>s em iniciativas transversais, facto que, segun<strong>do</strong> a autora, acabou<br />

por gerar enormes dificuldades na prossecução das referidas iniciativas.<br />

Também Landsbergen e Wolken [2001] apontam a confiança como um aspecto fundamental<br />

nas relações interorganismo. À semelhança <strong>do</strong> que sucedeu com Akbulut, estes autores também<br />

perceberam a existência de desconfianças no decorrer de iniciativas de colaboração. Conforme<br />

referem, foi evidente a existência de um certo receio por parte <strong>do</strong>s organismos de que a informação<br />

por eles facultada e disponibilizada pudesse ser distorcida e utilizada de forma menos conveniente<br />

pelos seus pares. Outro tipo de apreensão foi também manifestada por parte <strong>do</strong>s organismos que<br />

recebiam a informação, os quais receavam que essa informação pudesse não ter a qualidade<br />

desejada, quer em termos de conteú<strong>do</strong>, quer em termos de oportunidade em que era<br />

disponibilizada. Esta falta de confiança entre os organismos contribuiu para que, como referem os<br />

autores, os organismos tivessem manifesta<strong>do</strong> alguma resistência para participar nestes processos<br />

colaborativos.<br />

De acor<strong>do</strong> com Gil-Garcia et al. [2005], a importância da existência de níveis de confiança<br />

adequa<strong>do</strong>s entre os organismos no decorrer de iniciativas conjuntas é reconhecida pelos próprios

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