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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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164 Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP<br />

Ramamurthy 1995]. Por mais pensa<strong>do</strong>, planea<strong>do</strong> e organiza<strong>do</strong> que seja o processo de introdução e<br />

a<strong>do</strong>pção de novas soluções tecnológicas, e por mais estratégias que sejam a<strong>do</strong>ptadas no senti<strong>do</strong> de<br />

evitar ou minorar as resistências que possam ocorrer, a aceitação de um novo mo<strong>do</strong> de operar e,<br />

muito particularmente, a aceitação de alterações nos valores, atitudes e princípios intrínsecos à<br />

organização e aos seus agentes, é algo complexo e penoso para as entidades envolvidas [Lorenzi e<br />

Riley 2000].<br />

Se o fenómeno de gerir as alterações, que podem resultar da introdução de uma nova<br />

solução tecnológica, já é reconhecidamente difícil quan<strong>do</strong> ocorre ao nível de uma organização, este<br />

fenómeno reveste-se de uma complexidade e dificuldade ainda mais significativas em iniciativas de<br />

natureza interorganizacional. Nestes cenários, cada uma das organizações envolvidas tem a sua<br />

cultura e o seu mo<strong>do</strong> de operar próprios, pelo que a a<strong>do</strong>pção de um novo sistema, que cruze as<br />

diversas organizações, irá, certamente, afectar e causar alterações em todas elas, o que provocará<br />

a replicação <strong>do</strong>s fenómenos de resistência pelas várias organizações.<br />

Face ao descrito, considera-se altamente provável que este tipo de fenómenos também se<br />

manifeste nos contextos em estu<strong>do</strong> neste projecto de investigação, já que é expectável a ocorrência<br />

de alterações no statu quo <strong>do</strong>s organismos da Administração Pública, em consequência <strong>do</strong> seu<br />

envolvimento em iniciativas que visam a interoperabilidade <strong>do</strong>s seus sistemas de informação.<br />

De facto, cada organismo público tem as suas práticas operativas estabelecidas e o seu<br />

sistema de valores e crenças instituí<strong>do</strong> [Fountain 2001; Lazer e Binz-Scharf 2004], os quais<br />

geralmente não se coadunam com as novas formas de operação subjacentes à criação de relações<br />

de colaboração entre os diversos organismos, com vista à prestação de serviços públicos de forma<br />

integrada ao cidadão [Akbulut 2003; N<strong>do</strong>u 2004]. Com efeito, as práticas prevalecentes na<br />

generalidade <strong>do</strong>s organismos foram instituídas com vista a suportar determina<strong>do</strong>s padrões de<br />

comunicação e de troca de informação que não são nitidamente os mais adequa<strong>do</strong>s à criação de<br />

uma Administração Pública interoperável [EC 2006b]. Por este facto, a implementação de iniciativas<br />

transversais, como são as iniciativas de interoperabilidade, exigirá uma certa afinação e adequação,<br />

quer ao nível <strong>do</strong>s processos de trabalho, quer ao nível cultural, de cada um <strong>do</strong>s organismos<br />

envolvi<strong>do</strong>s [Kraaijenbrink 2002].<br />

Porém, nem sempre é fácil compatibilizar as mudanças que são necessárias introduzir com<br />

as práticas operativas e com o sistema de valores e crenças existentes nos organismos [Akbulut<br />

2003]. Como proferiu um <strong>do</strong>s participantes num estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Kraaijenbrink ―quan<strong>do</strong>

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