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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP 163<br />

apresentada uma breve descrição <strong>do</strong> item em análise nessa subsecção, que será utilizada no<br />

decorrer <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> Delphi com vista a esclarecer os peritos acerca <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> ao item.<br />

4.3.1 Alterações no Statu Quo <strong>do</strong>s Organismos<br />

O potencial que as TI podem assumir como instrumento de transformação das organizações<br />

tem si<strong>do</strong> um tema de estu<strong>do</strong> recorrente nas áreas da gestão e <strong>do</strong>s sistemas de informação ao longo<br />

das últimas décadas [Kawalek et al. 2003; Robey e Boudreau 1999]. De acor<strong>do</strong> com Markus e<br />

Robey [1988], muitos <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s conduzi<strong>do</strong>s em torno dessa temática atribuem às TI um papel<br />

impulsiona<strong>do</strong>r e determinante da mudança organizacional, apresentan<strong>do</strong> a tecnologia como uma<br />

força exógena capaz de transformar as organizações. Esta perspectiva determinística — que coloca<br />

as TI como um veículo indutor, primário e autónomo, da mudança organizacional — foi a lógica<br />

pre<strong>do</strong>minante na literatura durante muito tempo [Orlikowski e Robey 1991].<br />

Esta perspectiva tem si<strong>do</strong>, todavia, alvo de críticas por parte de alguns autores [DeSanctis e<br />

Poole 1994; Markus e Robey 1988; Walsham 1993], que sugerem que as relações entre as TI e as<br />

transformações organizacionais têm uma natureza mais complexa, não se restringin<strong>do</strong> a uma<br />

relação directa de causa-efeito entre tecnologias e organização, apontan<strong>do</strong> antes para a existência<br />

de uma relação de causalidade recíproca entre ambas [Millard et al. 2004; Robey e Boudreau<br />

1999], que é muitas vezes mediada ou moderada por um conjunto diversifica<strong>do</strong> de aspectos,<br />

internos ou externos à organização [Orlikowski 1996].<br />

Independentemente da perspectiva a<strong>do</strong>ptada — quer sejam as tecnologias vistas como fonte<br />

determinante de mudança, causan<strong>do</strong> alterações directas e previsíveis na estrutura, rotinas, cultura<br />

e fluxos informacionais das organizações, quer sejam vistas como um instrumento facilita<strong>do</strong>r e<br />

sustenta<strong>do</strong>r da mudança — a verdade é que a generalidade <strong>do</strong>s autores partilha a opinião de que a<br />

introdução e a<strong>do</strong>pção de novas soluções tecnológicas tem normalmente efeitos e impactos,<br />

provocan<strong>do</strong> alterações no statu quo de uma organização.<br />

A gestão das alterações organizacionais que derivam da a<strong>do</strong>pção de novos sistemas e<br />

tecnologias não constitui uma tarefa simples, da<strong>do</strong> o facto de nem sempre essas alterações serem<br />

bem aceites pelos vários agentes da organização envolvi<strong>do</strong>s e afecta<strong>do</strong>s por esse processo [Lorenzi<br />

e Riley 2000]. Com efeito, a perturbação da ordem instaurada, no que se refere ao modus operandi<br />

e à cultura partilhada na organização, é geralmente um elemento desestabiliza<strong>do</strong>r da dinâmica<br />

organizacional, sen<strong>do</strong> frequentes as manifestações de resistência nestes processos [Premkumar e

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