Governo Electrónico - Universidade do Minho

158 Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP
4.2 Procedimento para Identificação dos Itens
A tarefa de identificar e seleccionar o conjunto de itens que deve constituir a lista que servirá
de base à realização de um estudo Delphi assume uma importância crucial para o estudo, na
medida em que pode ter efeitos, quer na sua condução, quer nos seus resultados. Havendo
consciência deste facto, foi tomada, neste trabalho, a decisão de, conforme mencionado na
Secção 3.5.1.2, manter a lista de itens em análise aberta ao longo de todas as rondas do estudo
Delphi, de forma a permitir que esta pudesse ser complementada com outros elementos que os
participantes julgassem relevantes e que considerassem estar omissos na lista inicial. Apesar da
salvaguarda conseguida com esta decisão, julgou-se ser de extrema importância que a lista
facultada na primeira ronda do estudo Delphi fosse tão compreensiva e tão representativa do
fenómeno em estudo, quanto possível.
Com vista a produzir tal lista, foi desencadeado um processo de revisão de literatura que
procurou abranger diversas áreas temáticas, as quais se julgaram pertinentes face ao modo como é
perspectivado, neste projecto de investigação, o fenómeno de implementação de interoperabilidade
entre SI na Administração Pública.
Com efeito, tendo presente os pressupostos apresentados e defendidos na Secção 3.3 deste
documento, a interoperabilidade entre SI na AP é perspectivada, neste trabalho, como um
fenómeno cuja complexidade extravasa as meras, e já por si complicadas, questões tecnológicas e
semânticas, julgando-se haver muitas outras questões, nomeadamente de ordem social, humana,
organizacional, económica, cultural, comportamental, política, legal e de poder, que podem
influenciar e condicionar o processo de criação de interoperabilidade entre SI na Administração
Pública.
Embora a interoperabilidade entre SI pressuponha, impreterivelmente, a capacidade de
interconexão de sistemas com diferentes tecnologias e a capacidade de trocas informacionais entre
esses sistemas, as pessoas — conforme argumentado no pressuposto 1 — estão presentes no
fenómeno de criação de interoperabilidade entre SI: acordando e ―negociando‖ soluções, planeando
e implementando essas soluções, manipulando os sistemas e concretizando as alterações que
essas soluções imponham. Essas pessoas, por seu turno, fazem parte de organismos: cada um dos
quais com a sua cultura, com as suas regras, com o seu modo de operar, com os seus deveres e
atribuições, com os seus SI e com os seus dados. Estes organismos existem, e são parte integrante,