Governo Electrónico - Universidade do Minho

Capítulo 3: Fundamentação e Descrição do Estudo 137
esta tinha sido sujeita a um conjunto de alterações significativo com vista a suportar a extensão
referida.
O segundo aspecto refere-se ao facto de que todas as mensagens enviadas para os peritos no
decorrer do estudo foram cuidadosamente personalizadas. Apesar do esforço que tal exigiu, crê-se
que isso possa ter sido um dos motivos que contribuiu para ―prender‖ os peritos ao estudo.
O terceiro aspecto é que os cálculos estatísticos efectuados no decorrer da execução do
estudo, nomeadamente a determinação dos valores das medidas estatísticas necessárias para
avaliar o nível de consenso no final de cada ronda, foram computados utilizando a ferramenta de
cálculo estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 14.0 para Windows.
3.5.2 Entrevistas
As entrevistas constituem uma técnica de geração de dados frequentemente utilizada em
investigação qualitativa, podendo ser abordadas e operacionalizadas de formas muito diversas:
pode, por exemplo, ser adoptada uma perspectiva positivista, emocionista/emotiva ou
construcionista; podem ser utilizadas em casos de estudo, em estudos de action research, de
grounded theory ou etnográficos; podem ser conduzidas em grupo ou individualmente; e podem
assumir uma forma mais estruturada ou menos estruturada [Fontana e Frey 2000; Myers e
Newman 2007; Silverman 2001].
Tendo em consideração os objectivos que se pretendiam alcançar com a realização das
entrevistas no âmbito deste projecto de investigação, e em conformidade com a perspectiva
filosófica manifestada pela autora na Secção 3.2, as entrevistas foram, neste trabalho, concebidas e
conduzidas em alinhamento com os princípios e recomendações definidos e propostos por Holstein
e Gubrium [1995], para aquilo que os autores designam por active interview.
A active interview assenta numa perspectiva construcionista do processo de entrevista e do
produto dela resultante. Para Holstein e Gubrium, as entrevistas são produções sociais, em que
ambas as partes — entrevistador e entrevistado — colaboram activamente. Como referem os
autores, as entrevistas são construídas in situ, pela participação e acção conjunta dos dois
intervenientes.
Como tal, ao contrário de outras perspectivas em que é defendido que o entrevistador deve
exibir um comportamento neutro, colocando as questões sempre da mesma forma e de acordo com