Governo Electrónico - Universidade do Minho

Capítulo 3: Fundamentação e Descrição do Estudo 129
bem a decisão de realizar uma nova ronda‖, devendo analisar-se cuidadosamente o equilíbrio entre
a exequibilidade de uma nova ronda, no que concerne à indulgência dos membros do painel, ao
tempo necessário e aos recursos dos investigadores, e ao ganho potencial que pode ser alcançado
pela realização dessa ronda. Com efeito, como refere Landeta [2006], por vezes é necessário
sacrificar algumas rondas de forma a garantir a participação continuada do painel.
Atentando nos testemunhos dos autores, e dado que este estudo Delphi decorria no contexto
de um projecto de doutoramento, decidiu definir-se desde o início o número máximo de rondas que
seriam realizadas. Assim, considerando, por um lado, o facto de uma parte substancial dos estudos
Delphi ter conseguido obter consenso ao final da terceira ronda e, por outro, o facto de se achar que
o esforço necessário para a realização de três rondas era comportável para os intervenientes no
processo, definiu-se que o número máximo de rondas que seria efectuado no Delphi seria de três.
Resumidamente, neste estudo a decisão de efectuar ou não uma nova ronda é tomada em
função dos valores exibidos pelas estatísticas coeficiente de concordância W de Kendall, coeficiente
de correlação rho de Spearman, testes binomiais e testes de McNemar, desde que o número total
de rondas realizadas não seja superior a três.
Que informação de feedback disponibilizar aos peritos em cada ronda
O envio de informação de feedback para os peritos em cada nova ronda é considerado um
aspecto crucial de um estudo Delphi, na medida em que pode influenciar o nível de consenso obtido
pelo painel [Scheibe et al. 1975]. Experiências realizadas por alguns autores mostraram que os
peritos são, efectivamente, sensíveis à informação de feedback que recebem, tendendo a alinhar as
suas respostas em cada nova ronda em função da opinião geral manifestada pelo painel nas rondas
anteriores [Dalkey 1969; Graham et al. 2003; Scheibe et al. 1975]. Dada esta influência,
considerou-se ser importante definir antecipadamente o tipo e quantidade de informação de
feedback que seria disponibilizada aos peritos em cada ronda deste estudo.
A revisão da literatura efectuada acerca do método Delphi e da sua aplicação em estudos de
investigação, permitiu concluir que não existem recomendações específicas a este nível, variando a
informação de feedback desde um simples sumário estatístico da visão traduzida pelo grupo,
normalmente compreendendo a média e desvio padrão, até à inclusão das justificações
apresentadas pelos participantes que tenham evidenciado opiniões mais dissonantes da maioria
das respostas.