10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 3: Fundamentação e Descrição <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> 95<br />

[Bozeman e Bretschneider 1986], à imagem <strong>do</strong> que sucede, por exemplo, com a Lei n.º 46/2007<br />

de 14 de Agosto, que regula o acesso aos <strong>do</strong>cumentos administrativos e a sua reutilização.<br />

Por fim, outro aspecto aponta<strong>do</strong> como peculiar da Administração Pública, são as expectativas<br />

públicas que se colocam ao seu funcionamento. Como é referi<strong>do</strong> em Rainey et al. [1976], uma<br />

diferença básica entre organizações públicas e privadas é que as primeiras são vistas como sen<strong>do</strong><br />

possuídas pelo Esta<strong>do</strong> e pelos cidadãos. Este facto faz com que os cidadãos tenham direitos e<br />

expectativas sobre estas organizações que não têm em relação às organizações privadas,<br />

esperan<strong>do</strong> e exigin<strong>do</strong> geralmente mais <strong>do</strong>s organismos públicos no que concerne a questões como<br />

integridade, justeza e transparência [Caiden 1971].<br />

Embora não fosse o objectivo desta secção elencar de forma exaustiva e detalhada todas as<br />

particularidades <strong>do</strong> contexto público e das suas organizações, julga-se que a lista apresentada nos<br />

parágrafos anteriores evidencia, promove e corrobora a ideia de que a Administração Pública<br />

constitui um contexto de actuação singular, que coloca desafios únicos ao funcionamento e gestão<br />

das suas organizações e de to<strong>do</strong>s os fenómenos que nestas ocorram. Neste senti<strong>do</strong>, considera-se<br />

fundamental que o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s seus sistemas de informação deva reflectir e levar em consideração<br />

os efeitos que essas particularidades podem provocar, defenden<strong>do</strong>-se, como tal, a necessidade de<br />

ponderar e contemplar cuida<strong>do</strong>samente estas particularidades quan<strong>do</strong> se pretende — como é<br />

objectivo deste trabalho de investigação — compreender o fenómeno de interoperabilidade entre os<br />

sistemas de informação na Administração Pública.<br />

Pressuposto 3 – Interoperabilidade como processo de mudança<br />

O terceiro pressuposto, que orientou e influenciou o trabalho realiza<strong>do</strong> neste projecto de<br />

investigação, está relaciona<strong>do</strong> com a forma como é perspectiva<strong>do</strong> o processo de implementação de<br />

interoperabilidade. A este respeito, a convicção partilhada pela autora é que os esforços que visam<br />

a criação de interoperabilidade entre sistemas de informação na Administração Pública constituem<br />

e devem ser geri<strong>do</strong>s como processos de mudança. Crê-se, de facto, que a mudança está implícita e<br />

é indissociável destes esforços — por um la<strong>do</strong>, para que a interoperabilidade se concretize é<br />

necessário que ocorram mudanças; por outro la<strong>do</strong>, ao concretizar-se, a interoperabilidade promove<br />

e induz a ocorrência de mudança.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!