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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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<strong>na</strong> linha gerativa que tratam da variação fonética, no caso d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong>, entre outr<strong>os</strong>,<br />

como um fenômeno <strong>de</strong> superfície sujeito à “mera” influência sociolingüística, que<br />

não vem ao caso <strong>na</strong> interpretação do nível fonológico. As poucas exceções <strong>de</strong>ssa<br />

tendência são, por exemplo, <strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> <strong>de</strong> Silva (1999; SILVA et alii, 2001) e<br />

Cristófaro-Silva (2002, 2006) que dão mais realce ao <strong>de</strong>talhe fonético <strong>na</strong> análise,<br />

categorização e representação fonológicas. A prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> substituição do conceito<br />

<strong>de</strong> fonema <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma abordagem funcio<strong>na</strong>l e não-estruturalista não é um fato<br />

inédito. Não obstante, trata-se <strong>de</strong> um procedimento ainda pouco difundido no<br />

Brasil. É nesse âmbito que se insere a n<strong>os</strong>sa prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> abordagem.<br />

Antes <strong>de</strong> voltar à questão da representação discutida por Cristófaro-Silva (2006), <strong>na</strong><br />

seção 4.4, julgam<strong>os</strong> importante adiantar a discussão sobre a relação entre a<br />

fonética e a fonologia e <strong>os</strong> process<strong>os</strong> da emergência em amb<strong>os</strong> <strong>os</strong> domíni<strong>os</strong>, o que<br />

preten<strong>de</strong>m<strong>os</strong> nesta seção. Começarem<strong>os</strong> por exami<strong>na</strong>r alguns aspect<strong>os</strong> fonétic<strong>os</strong> e<br />

m<strong>os</strong>trar sua relação com a fonologia <strong>na</strong> seção 4.3.1, para <strong>na</strong> seção 4.3.2 apresentar<br />

a prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> Boersma (1998) <strong>de</strong> uma fonologia funcio<strong>na</strong>l baseada integralmente no<br />

balanceamento entre <strong>os</strong> princípi<strong>os</strong> articulatóri<strong>os</strong> e perceptuais. Essa abordagem é<br />

chamada pelo autor <strong>de</strong> Teoria da Otimalida<strong>de</strong> Funcio<strong>na</strong>l. Em seguida, darem<strong>os</strong><br />

continuida<strong>de</strong> à discussão da emergência, agora voltada à fonologia, retomando o<br />

trabalho <strong>de</strong> Wildgen (2005) – o qual também compartilha a visão da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reunificação ou, pelo men<strong>os</strong>, <strong>de</strong> reaproximação d<strong>os</strong> domíni<strong>os</strong> da fonética e da<br />

fonologia – e introduzindo <strong>os</strong> estud<strong>os</strong> <strong>de</strong> De Boer (1996 e 1997), <strong>na</strong> seção 4.3.3.<br />

Esses autores discutem a emergência do sistema fonológico baseando-se,<br />

principalmente, em experiment<strong>os</strong> <strong>de</strong> agentes múltipl<strong>os</strong> <strong>de</strong> inteligência artificial,<br />

m<strong>os</strong>trando que <strong>os</strong> agentes chegaram a <strong>de</strong>senvolver um sistema fonológico quase<br />

humano sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> nenhum conhecimento <strong>de</strong> “regras” lingüísticas e<br />

seguindo somente restrições <strong>de</strong> percepção e produção <strong>de</strong> sons.<br />

4.3.1 O papel da fonética em uma abordagem fonológica funcio<strong>na</strong>l<br />

Consi<strong>de</strong>rando a importância com que a fonologia funcio<strong>na</strong>l – especialmente <strong>na</strong>s<br />

linhas teóricas que contemplam a emergência, como as <strong>de</strong> Wildgen (2005) e Hopper<br />

(1999) – trata da sua relação com a fonética, sentim<strong>os</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exami<strong>na</strong>r a<br />

relação entre esses dois camp<strong>os</strong> lingüístic<strong>os</strong>, tradicio<strong>na</strong>lmente separad<strong>os</strong> em duas<br />

discipli<strong>na</strong>s diferentes, e <strong>de</strong> exami<strong>na</strong>r a qual fonética ou quais aspect<strong>os</strong> fonétic<strong>os</strong> se<br />

referem esses domíni<strong>os</strong>. Além do mais, <strong>de</strong>screvem<strong>os</strong> a relação pouco coerente entre<br />

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