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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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4.2.3 A lingüística interacio<strong>na</strong>l segundo Selting e Couper-Kuhlen<br />

(2000)<br />

A lingüística interacio<strong>na</strong>l apresentada nesta seção é baseada em Selting e Couper-<br />

Kuhlen (2000), e ancorada em conceit<strong>os</strong> da etnometodologia e da teoria da<br />

interação 81. Abordagens vizinhas como a da análise da conversação também estão<br />

sendo consi<strong>de</strong>radas e parcialmente integradas à lingüística interacio<strong>na</strong>l. Essa teoria<br />

enten<strong>de</strong> as estruturas lingüísticas como resultado <strong>de</strong> process<strong>os</strong> interacio<strong>na</strong>is (não-<br />

individuais), tratando-as como recurs<strong>os</strong> flexíveis para a construção <strong>de</strong> significado,<br />

compreensão e interação social (SELTING, COUPER-KUHLEN, 2000:81). A<br />

pragmática, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa abordagem funcio<strong>na</strong>l, não é um sistema in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

das outras faculda<strong>de</strong>s lingüísticas. Ela é um fundamento da comunicação<br />

lingüística. Essencial para a análise <strong>de</strong> estruturas lingüísticas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong><br />

funcio<strong>na</strong>is em geral é a integração do ouvinte – como verem<strong>os</strong> também <strong>na</strong> prop<strong>os</strong>ta<br />

<strong>de</strong> Boersma (1998) (seção 4.2.2), que consi<strong>de</strong>ra as categorias perceptuais como<br />

integrantes indispensáveis para a <strong>de</strong>scrição fonética e fonológica.<br />

Contudo, a lingüística interacio<strong>na</strong>l dá um passo além. Nessa teoria, o ouvinte não<br />

consiste ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> parte receptiva, mas é visto como integrante ativo da interação.<br />

Ele dá retorno e influencia o falante paralelamente ao discurso <strong>de</strong>le. A intenção e <strong>os</strong><br />

objetiv<strong>os</strong> d<strong>os</strong> participantes ouvintes/falantes da interação são levad<strong>os</strong> em<br />

consi<strong>de</strong>ração. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> dizer que há, antes, interlocutores, ou então dois<br />

participantes no contexto dialógico, e não um falante e um ouvinte. Na visão <strong>de</strong><br />

Selting e Couper-Kuhlen (2000), o participante “ouvinte” exerce um papel ativo. A<br />

constituição <strong>de</strong> significado social e comunicativo se dá através da interação ativa <strong>de</strong><br />

dois participantes igualmente e continuamente envolvid<strong>os</strong>. Na abordagem da<br />

lingüística interacio<strong>na</strong>l são chamad<strong>os</strong> também <strong>de</strong> participantes cooperativ<strong>os</strong> 82. Ao<br />

longo <strong>de</strong> um diálogo, por exemplo, a participação do interlocutor que<br />

temporariamente exerce o papel atribuído ao “ouvinte” não é tida em menor grau<br />

que a do “falante”. Nessa noção encontram<strong>os</strong> uma conexão mais próxima ainda <strong>de</strong><br />

disputa, n<strong>os</strong> term<strong>os</strong> <strong>de</strong> Hopper (1987), ou então <strong>de</strong> negociação (SELTING, COUPER-<br />

KUHLEN, 2000) entre objetiv<strong>os</strong>, interpretações (do mundo, imagens, etc.) e as duas<br />

<strong>gramática</strong>s d<strong>os</strong> interlocutores.<br />

81 Ver Auer (1999).<br />

82 Para a cooperação <strong>de</strong> falantes-ouvintes veja, por exemplo, <strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> <strong>de</strong>ntro da<br />

Lingüística Interacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Selting (2000) e Szczepek (2000a e 2000b).<br />

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