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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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nenhum falante que p<strong>os</strong>sua a competência mais completa e mais correta do que a<br />

competência <strong>de</strong> outr<strong>os</strong>. Nessa noção <strong>de</strong> emergência da <strong>gramática</strong>, as regularida<strong>de</strong>s<br />

da língua (da <strong>gramática</strong>, no seu sentido mais amplo) surgem do discurso. Enquanto<br />

o discurso confere forma às estruturas, elas também o formam em um processo<br />

recíproco. A estrutura lingüística, nessa visão, não é um sistema <strong>de</strong> princípi<strong>os</strong><br />

abstrat<strong>os</strong>, mas sim vista como um espraiamento da sistematicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> itens<br />

individuais, como palavras, frases e colocações padronizadas curtas (HOPPER,<br />

1987:141).<br />

G<strong>os</strong>taríam<strong>os</strong> <strong>de</strong> salientar três aspect<strong>os</strong> que são significativ<strong>os</strong> para o n<strong>os</strong>so trabalho<br />

e que não aparecem <strong>na</strong> discussão da teoria <strong>de</strong> Wildgen (2005), <strong>na</strong> seção anterior. O<br />

primeiro está relacio<strong>na</strong>do à afirmação <strong>de</strong> Hopper (1987:143) <strong>de</strong> que “speaking is<br />

more similar to remembering procedures than it is to following rules”. Esse aspecto<br />

e também o segundo, que trata da questão do espraiamento, são fundamentais<br />

para a noção <strong>de</strong> representação (<strong>individual</strong> ou coletiva) que preten<strong>de</strong>m<strong>os</strong> discutir <strong>na</strong><br />

seção 4.4, <strong>na</strong> qual questio<strong>na</strong>m<strong>os</strong> o sistema <strong>de</strong> fonemas da lingüística estruturalista<br />

e também <strong>os</strong> mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> gerativ<strong>os</strong> <strong>de</strong> representação fonêmica, e avaliam<strong>os</strong> uma<br />

alter<strong>na</strong>tiva (BYBEE, 2001) para interpretar o fenômeno fonético-fonológico em foco<br />

nesta pesquisa. O último aspecto, a ser discutido nesta seção, é a questão <strong>de</strong> como<br />

a abordagem <strong>de</strong> Hopper (1987) e a n<strong>os</strong>sa prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> abordagem se situam no<br />

âmbito da lingüística funcio<strong>na</strong>l e da sociolingüística (como antecipam<strong>os</strong><br />

rapidamente <strong>na</strong> introdução a este trabalho). Hopper (1987) p<strong>os</strong>icio<strong>na</strong>-se <strong>de</strong> maneira<br />

bastante explícita não somente contra a lingüística gerativa, mas contra toda a<br />

lingüística estruturalista 79. Contudo, existe a p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compatibilizar o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Hopper (1987) com abordagens funcio<strong>na</strong>is mais “mo<strong>de</strong>radas” como, por<br />

exemplo, com o mo<strong>de</strong>lo estruturalista-funcio<strong>na</strong>l 80 <strong>de</strong> Givón (1995) ou com a<br />

adaptação <strong>de</strong> Tavares (2003) chamada <strong>de</strong> sociofuncio<strong>na</strong>lismo. Tavares (2003)<br />

salienta a diferença entre o mo<strong>de</strong>lo funcio<strong>na</strong>l e a sociolingüística labovia<strong>na</strong>,<br />

colocando que:<br />

79 Observam<strong>os</strong> que o termo estruturalismo <strong>na</strong> lingüística po<strong>de</strong> ser entendido <strong>de</strong> maneira<br />

mais estreita, relacio<strong>na</strong>do a (divers<strong>os</strong>) mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> seguidores do saussurianismo e em op<strong>os</strong>ição<br />

à lingüística gerativa, ou então, <strong>de</strong> maneira ampla, incluindo todas as teorias que se referem<br />

a uma análise isolada do sistema lingüístico. A n<strong>os</strong>sa referência é ao termo estruturalismo<br />

no seu sentido amplo, incluindo assim tanto <strong>os</strong> mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> basead<strong>os</strong> em Saussure, quanto<br />

também a lingüística gerativa prop<strong>os</strong>ta por Chomsky e mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> seguidores.<br />

80 Termo prop<strong>os</strong>to por Hoffmann (2003).<br />

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