os róticos intervocálicos na gramática individual de
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indivíduo e o outro, entre uma <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> e a outra e, assim, entre a<br />
<strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> e a língua como um sistema complexo.<br />
4.2.1 O paradigma dinâmico - por Wildgen (2005)<br />
O paradigma dinâmico <strong>de</strong> Wildgen (2005), que envolve a noção <strong>de</strong> sistema<br />
complexo, é baseado <strong>na</strong> teoria do ca<strong>os</strong>, segundo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Thom (1983), cuja<br />
origem é matemática.<br />
Para compreen<strong>de</strong>r a complexida<strong>de</strong> do sistema, é crucial, segundo o autor, a noção<br />
do processo. São <strong>os</strong> process<strong>os</strong> <strong>de</strong> interação e influência recíproca entre <strong>os</strong><br />
element<strong>os</strong> e a estrutura do sistema que geram a estabilida<strong>de</strong>. No sistema<br />
complexo, <strong>os</strong> element<strong>os</strong> que são partes em relação ao todo, também são um todo<br />
em relação a<strong>os</strong> element<strong>os</strong> menores que o compõem. Assim como a língua, por<br />
exemplo, é uma parte em relação à interação social como um todo, o sistema<br />
lingüístico também constitui um todo em relação a<strong>os</strong> domíni<strong>os</strong> (fonologia, léxico,<br />
sintaxe, etc.) que, por sua vez, são comp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> por partes. Num sistema complexo<br />
há, permanentemente, a interação <strong>de</strong> uma parte qualquer em relação às outras<br />
partes e ao todo e, ao mesmo tempo, do próprio sistema em relação às partes que o<br />
integram.<br />
A ação, a reação e a interação d<strong>os</strong> agentes do sistema são process<strong>os</strong> que se<br />
<strong>de</strong>senvolvem sem que haja uma or<strong>de</strong>m centralizada e superior que controle a<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um. O comportamento coletivo do sistema é o resultado da adição<br />
e interação <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> comportament<strong>os</strong> individuais 76. Uma língua é o conjunto <strong>de</strong><br />
todas as <strong>gramática</strong>s individuais que nela interagem e com ela contribuem 77.<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Wildgen prevê um ciclo entre <strong>os</strong> process<strong>os</strong> que mantêm a estabilida<strong>de</strong><br />
e <strong>os</strong> process<strong>os</strong> que permitem a emergência <strong>de</strong> novas formas. Esses dois process<strong>os</strong>,<br />
no sistema lingüístico, estão presentes e ativ<strong>os</strong> da seguinte maneira. A solução <strong>de</strong><br />
problemas comunicativ<strong>os</strong> ad hoc <strong>na</strong> interação huma<strong>na</strong> direta trabalha como um<br />
processo gerador <strong>de</strong> novas formas. Quando mei<strong>os</strong> lingüístic<strong>os</strong> específic<strong>os</strong> para a<br />
76 Ver Holland (1992).<br />
77 Como se po<strong>de</strong> perceber, o sistema complexo não é um sistema, como compreendido pelo<br />
estruturalismo ou pelo gerativismo, no sentido <strong>de</strong> estruturas, regras fixas ou uma <strong>gramática</strong><br />
universal às quais o comportamento lingüístico está sujeito.<br />
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