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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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<strong>individual</strong> e após ter discutido a interface entre a fonética e a fonologia <strong>na</strong> seção<br />

4.3, voltarem<strong>os</strong> à questão da <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> <strong>na</strong> seção 4.4, quando irem<strong>os</strong><br />

expor a questão da representação fonético-fonológica <strong>na</strong> <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong>.<br />

N<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> acima listad<strong>os</strong> – a complexida<strong>de</strong>, a emergência, o conceito <strong>de</strong><br />

<strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> e <strong>de</strong> língua como um recurso da interação huma<strong>na</strong> –, revela-se<br />

a diferença fundamental entre a perspectiva funcio<strong>na</strong>l adotada nesta tese e a<br />

perspectiva estruturalista, caracterizada pelo dualismo langue vs. parole <strong>de</strong><br />

Saussure ou competência vs. performance do mo<strong>de</strong>lo gerativo. Esses conceit<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

altíssima influência <strong>na</strong> lingüística do século XX são explicitamente rejeitad<strong>os</strong> por,<br />

entre outr<strong>os</strong>, De Boer (1996:96): “[...] language is a collective phenomenon. Nobody<br />

is in control of the language, and no speaker has a complete and accurate image of<br />

the language.”<br />

Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhar <strong>os</strong> principais p<strong>os</strong>tulad<strong>os</strong> d<strong>os</strong> autores citad<strong>os</strong> nesta seção,<br />

<strong>de</strong>lineam<strong>os</strong>, abaixo, a relação que estabelecem<strong>os</strong> entre seus conceit<strong>os</strong> e a n<strong>os</strong>sa<br />

prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> abordagem.<br />

A língua, segundo as premissas com as quais dialogam<strong>os</strong> neste capítulo, é um<br />

sistema complexo <strong>de</strong>ntro do qual existem formas e organizações <strong>de</strong>ssas formas que<br />

estão em um perpétuo <strong>de</strong>senvolvimento ou mudança. A mudança é o resultado <strong>de</strong><br />

uma competição <strong>de</strong> forças adversárias. Essas forças são, por um lado, process<strong>os</strong><br />

que favorecem a estabilida<strong>de</strong> do sistema, através, por exemplo, da<br />

convencio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> formas lingüísticas; por outro lado, são process<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

inovação lingüística. A noção fundamental para captar o <strong>de</strong>senvolvimento, a<br />

modificação, a inovação e renovação <strong>de</strong>ntro do sistema é a noção <strong>de</strong> emergência<br />

gramatical 75. A localização da <strong>gramática</strong> e, portanto, da emergência, está no<br />

indivíduo e o processo pelo qual emergências <strong>na</strong>s <strong>gramática</strong>s individuais po<strong>de</strong>m<br />

esten<strong>de</strong>r-se e reproduzir-se através do sistema, é a interação huma<strong>na</strong>. O n<strong>os</strong>so<br />

estudo, no seu recorte empírico, não contempla diretamente a questão da interação,<br />

não obstante, julgam<strong>os</strong> importante trazer alguns pressup<strong>os</strong>t<strong>os</strong> da lingüística<br />

interacio<strong>na</strong>l à n<strong>os</strong>sa discussão uma vez que a interação huma<strong>na</strong> necessariamente<br />

integra o mo<strong>de</strong>lo que conecta o sistema complexo – a <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> – a noção<br />

<strong>de</strong> emergência. A interação lingüística fornece a esse mo<strong>de</strong>lo a ligação entre um<br />

75 Por “gramatical” enten<strong>de</strong>-se não o domínio da <strong>gramática</strong> ou sintaxe, e sim a organização<br />

ou estrutura lingüística.<br />

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