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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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4.1 A lingüística funcio<strong>na</strong>l<br />

N<strong>os</strong> mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> estruturalista e gerativo, cuja interpretação d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> do PB<br />

apresentam<strong>os</strong> no capítulo 2, criticam<strong>os</strong> a distância <strong>de</strong> abstração que apresentam<br />

entre o dado fonético e a interpretação fonológica. Neste capítulo argumentarem<strong>os</strong><br />

em favor <strong>de</strong> uma aproximação d<strong>os</strong> domíni<strong>os</strong> fonético e fonológico e da consi<strong>de</strong>ração<br />

do <strong>de</strong>talhe fonético para um mo<strong>de</strong>lo fonológico d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong>. O mo<strong>de</strong>lo gerativo<br />

concebe uma distinção entre a estrutura profunda e a estrutura superficial,<br />

apresentando uma semelhança com o estruturalista neste aspecto. A fonética é<br />

consi<strong>de</strong>rada a manifestação <strong>na</strong> superfície 74. Assim o mo<strong>de</strong>lo gerativo recorre a<br />

níveis <strong>de</strong> expla<strong>na</strong>ção diferentes, a língua é explicada através <strong>de</strong> uma abstração em<br />

forma da competência i<strong>de</strong>al. O que acontece <strong>na</strong> superfície é visto como causado por<br />

aspect<strong>os</strong> performativ<strong>os</strong>, não entendid<strong>os</strong> como lingüístic<strong>os</strong> propriamente dit<strong>os</strong>. Por<br />

exemplo, <strong>na</strong> interpretação d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> por Mo<strong>na</strong>retto (1997), por um lado, há a<br />

motivação intrinsecamente fonológica que causa a regularida<strong>de</strong> <strong>na</strong> pronúncia; por<br />

outro, a motivação sociolingüística a que a autora recorre para explicar tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio do comportamento regular esperado. No entanto, não há explicação<br />

sobre por que ora há o comportamento regular, ora o <strong>de</strong>sviante, e por que ora <strong>os</strong><br />

fatores sociolingüístic<strong>os</strong> interferem, ora não se aplicam. Já para o n<strong>os</strong>so estudo, o<br />

que interessa é uma visão d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> como um só fenômeno. A <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração do<br />

<strong>de</strong>talhe fonético leva justamente a uma representação fonológica muito abstrata e<br />

ao tratamento das “irregularida<strong>de</strong>s” fonéticas como meramente performativas.<br />

No PB, <strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> formam um conjunto <strong>de</strong> sons especialmente intrincado e a<br />

varieda<strong>de</strong> da qual partim<strong>os</strong> em n<strong>os</strong>sa análise, o PB <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u, está sob a<br />

influência do contato com o alemão. Consi<strong>de</strong>ram<strong>os</strong> que tal situação <strong>de</strong>manda a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aplicar uma metodologia exploratória, começando por uma<br />

<strong>de</strong>scrição fonética mais cautel<strong>os</strong>a para, então, <strong>de</strong>senvolver uma abordagem<br />

fonológica que inclua a diversida<strong>de</strong> das variantes.<br />

Para po<strong>de</strong>r dar conta <strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> rótico que se encontram <strong>na</strong> fala d<strong>os</strong><br />

indivídu<strong>os</strong> a<strong>na</strong>lisada neste estudo, precisam<strong>os</strong> recorrer a um conceito <strong>de</strong> língua<br />

(a) que abranja a p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong> novas formas e estruturas,<br />

(b) que permita consi<strong>de</strong>rar diferenças gradativas e não somente categóricas, e<br />

74 Motivo pelo qual é comum encontrar, em <strong>de</strong>scrições gerativas, a idéia <strong>de</strong> que uma forma<br />

fonológica subjacente se “superficializa” foneticamente.<br />

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