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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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No alemão é fonologicamente significativa a distinção:<br />

1) entre qualquer uma das variantes alveolares [ɾ] ou [r] e as uvulares [ʁ] ou<br />

[R] e a fricativa velar [x],<br />

2) entre qualquer uma das variantes alveolares [ɾ] ou [r] e as uvulares [ʁ] ou<br />

[R] e a fricativa glotal [h], e<br />

3) entre a fricativa velar [x] e a fricativa glotal [h] 67.<br />

No PB, conforme as <strong>de</strong>scrições já estabelecidas, há somente uma op<strong>os</strong>ição<br />

fonologicamente significativa: entre o tepe alveolar [ɾ] e as <strong>de</strong>mais variantes, tanto a<br />

vibrante alveolar [r], como também todas as variantes fricativas.<br />

Conforme as diferenças e também das semelhanças entre <strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB e no<br />

alemão <strong>de</strong>scritas nesta seção, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> assumir que um falante adulto do alemão,<br />

que apren<strong>de</strong> o PB como uma segunda língua, apresente uma interferência da língua<br />

mater<strong>na</strong> com as seguintes conseqüências potenciais 68:<br />

1) Problemas <strong>de</strong> distinção, <strong>na</strong> percepção e não produção, entre <strong>os</strong> dois tip<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> rótic<strong>os</strong> do PB. (Trocar, p. ex., “moro” por “morro” e vice versa).<br />

2) Aplicação <strong>de</strong> variantes fonéticas pertencentes ao inventario fonético<br />

alemão inexistentes ou marcadas no PB. (P. ex., a vibrante uvular [R]).<br />

3) Problemas <strong>de</strong> discrimi<strong>na</strong>ção, compreensão e produção <strong>de</strong> variantes<br />

fonéticas <strong>de</strong> rótico no PB que, no alemão, são atribuídas a outr<strong>os</strong> fonemas,<br />

como [x] e [h].<br />

Essas potenciais interferências manifestam-se em cada aprendiz em grau e modo<br />

diferentes. Assumim<strong>os</strong> que, a situação do falante bilíngüe em Blume<strong>na</strong>u <strong>de</strong> hoje 69<br />

difere ainda da situação do aprendiz monolíngüe alemão adulto que chega ao Brasil<br />

como imigrante. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> imagi<strong>na</strong>r que a primeira geração <strong>de</strong> imigrantes estava<br />

frente a um certo “impacto” do contato entre o português e o alemão,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo, provavelmente, algumas formas pidginizadas que, por sua vez,<br />

67 Essa última distinção é questio<strong>na</strong>da, comparar a nota <strong>de</strong> rodapé 65, por não contrastar<br />

em nenhuma p<strong>os</strong>ição, uma vez que [x] somente ocorre em p<strong>os</strong>ição pós-vocálica e [h]<br />

somente em pré-vocálica.<br />

68 Depen<strong>de</strong>ndo ainda <strong>de</strong> fatores individuais, quais manifestações <strong>de</strong> interferência realmente<br />

são encontradas <strong>na</strong> pronúncia <strong>de</strong> um falante não-<strong>na</strong>tivo do PB.<br />

69 Mais especificamente, d<strong>os</strong> mead<strong>os</strong> da década <strong>de</strong> 1990 a 2000, em qual foi realizada a<br />

coleta d<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> pelo projeto VARSUL.<br />

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