os róticos intervocálicos na gramática individual de
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ao inventário fonético do PB, é a realização vibrante uvular [R]. No alemão, também<br />
há as fricativas velar [x] e glotal [h], mas estas não fazem parte das realizações do<br />
fonema /r/, sendo fonemas própri<strong>os</strong> que contrastam com aquele 64, como<br />
a<strong>na</strong>lisam<strong>os</strong> com maior atenção logo adiante. Observando o perfil fonológico d<strong>os</strong><br />
rótic<strong>os</strong> no alemão, há u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong> (ver WIESE, 1996; TERNES, 1999) sobre dois<br />
aspect<strong>os</strong>:<br />
1) No alemão existe um só fonema <strong>de</strong> “erre” (/r/), não havendo nenhum caso<br />
<strong>de</strong> op<strong>os</strong>ição lexical que envolva diferentes tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> rótico.<br />
2) A variação entre <strong>os</strong> dois principais tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> fonema “erre” no alemão é vista<br />
como meramente regio<strong>na</strong>l, conforme a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Wiese:<br />
“Variation between these places of articulation [uvular and alveolar] is interdialectal<br />
variation, but not allophonic or other variation in a given system” (WIESE, 1996:171).<br />
Antes <strong>de</strong> entrar <strong>na</strong> questão das ocorrências e freqüência <strong>de</strong>ssas duas formas,<br />
acham<strong>os</strong> importante m<strong>os</strong>trar todo o quadro das formas fonéticas envolvidas no<br />
caso d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> do PB que comparam<strong>os</strong> com a relação fonético-fonológica do<br />
alemão. Em seguida, voltarem<strong>os</strong> à questão da distribuição geográfica.<br />
Lembrando do quadro fonético d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB, apresentado <strong>na</strong> figura 1, e da<br />
discussão fonológica apresentada em todo o capítulo 2, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> notar facilmente<br />
<strong>os</strong> contrastes entre o PB e o alemão. No quadro abaixo, m<strong>os</strong>tram<strong>os</strong> as formas<br />
fonéticas <strong>de</strong> rótico <strong>de</strong>scritas para o PB e colocam<strong>os</strong> ao lado o fonema alemão ao<br />
qual pertencem essas formas, para <strong>os</strong> cas<strong>os</strong> em que existir uma correspondência no<br />
alemão. Quanto às questões das retroflexas no alemão e da vibrante uvular no PB,<br />
estas não competem a este trabalho.<br />
64 Na fonologia alemã, há controvérsias sobre o status do fonema /h/, porque este não<br />
ocorre em p<strong>os</strong>ição pós-vocálica, e também porque existe uma distribuição complementar<br />
entre o /h/ e o /ŋ/. Contudo, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar essa discussão para o caso d<strong>os</strong><br />
rótic<strong>os</strong> <strong>de</strong>vido à op<strong>os</strong>ição fonológica inquestionável entre /r/ e /h/ no alemão como em<br />
“raus” e “Haus” (“fora” (adv.) e “casa” (subst.)). O fonema /x/, que inclui as realizações [x] e<br />
[ç] com caráter <strong>de</strong> distribuição complementar, também contrasta com /r/, p. ex., em<br />
“Wache” ([x]] e “Ware” (“guarda” (subst.) e “mercadoria”) e em “Seuche” ([ç]) e “Säure”<br />
(“epi<strong>de</strong>mia” e “ácido” (subst.). O status fonológico do /x/ também está sendo questio<strong>na</strong>do em<br />
alguns estud<strong>os</strong>, porém, somente em relação ao fonema /h/. (Ver WIESE, 1996; TERNES,<br />
1999).<br />
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